Contas confusas

Por:Arimateia Azevedo

O governo do Estado tem feito malabarismos contábeis para manter as contas equilibradas – o que não é fácil com um déficit corrente que beira até 5% do previsto no orçamento (cerca de R$ 300 milhões/ano). Para não sacrificar a principal despesa de custeio do Estado (pagamento de pessoal), foram imoladas despesas de capital (investimentos em obras) e outros gastos de custeio – o que inclui até itens essenciais como remédios de uso continuado e combustíveis para viaturas policiais e ambulâncias. 
Já faz tempo que em muitas repartições há uma recorrente falta de cafezinho e, no limite dessa precariedade, papel higiênico em banheiros. Para tentar reduzir o aperreio financeiro, o Estado resolveu ampliar sua gana, fazendo subir em 2% as alíquotas do ICMS, ou seja, o contribuinte foi convocado a pagar mais por algo que não lhe diz respeito, porque os serviços públicos andam de mal a pior. Mesmo pagando mais por um serviço cada vez menos eficiente, o contribuinte ainda correrá o risco de ver as contas públicas do Piauí trafegarem num mar deficitário, onde há um perigo adicional: a retenção de recursos da saúde, destinados aos municípios, para fazer caixa e garantir despesas de custeio poderão produzir uma dor de cabeça muito grande ao Piauí, incluindo possivelmente bloqueio futuros de repasses.

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