Passando fome
Artistas comem, bebem, pagam contas e mantêm suas famílias à custa de sua arte, de seu trabalho. Por isso, na pandemia, quando todos eles tiveram suas atividades suspensas, foi correta a ação do governo federal em destinar recursos em socorro deles.
Mas só entre amigos
A Lei Aldir Blanc tinha esse propósito, mas o relatório da PF que mostra as 736 pancadinhas na conta do secretário Carlos Anchieta, da Cultura, mostra uma perversidade: foram os amigos do deputado Fábio Novo, à época secretário e de Anchieta, que receberam o dinheiro. Quem não era amigo seguiu na rua da amargura.
Tutti buona gente
Como uma máfia, a camarilha de Carlos Anchieta, segundo evidencia a PF, pode ter operado no mínimo R$ 7 milhões desviados para seus luxos, desfazendo o espírito benfazejo da lei de socorrer artistas que perderam renda com a pandemia
Tem artista que até hoje não se recuperou das perdas financeiras ocasionadas por quase dois anos sem eventos e espetáculos presenciais.
Gente que hoje precisa ainda de ajuda para o básico, como alimentação.
E os criminosos continuam soltos.
“Pé”, o amigo de Anchieta
Conhecido em Bom Jesus como “Pé”, Espedito da Silva Pereira, que fez uma pancadinha de R$ 70 mil na conta do secretário de Cultura, não é assessor parlamentar da Câmara Municipal da Terra de Fabio Novo.
“Pé” é secretário de Cultura do atual prefeito da cidade, Nestor Elvas, do MDB, desde 2 de maio do ano passado, com remuneração mensal de R$ 5,4 mil.
A “pancadinha” de “Pé” na conta de Anchieta corresponde a mais de um ano de salário do generoso gestor da cultura municipal de Bom Jesus.
No Piaui, não!
Tem um meme que mostra um áudio onde uma mulher diz: “não vou poder ir não, porque eu não tô nem no Brasil.Tô Maranhão”. É o caso do Piaui. Alexandre de Moraes baniu o X (Twitter) no resto do país, mas no Piaui, não.
Pedindo cabeças
O cantor, compositor, jornalista e filósofo Zé Marx, conhecido nas paradas como “Zé Barrão” está convocando uma manifestação pública para exigir que o governador Rafael Fonteles demita Carlos Anchieta e todos os dirigentes suspeitos do setor cultural do Estado.
O barulho a ser feito deve ser passando pela porta do Palácio de Karnak até chegar no antro da corrupção, a sede da Secult.
Agora, não!
Mas, ainda que decepcionado com Fábio Novo, que foi quem iniciou toda essa bandalha, Rafael está receoso que a demissão de Anchieta possa atrapalhar a candidatura petista a prefeitura de Teresina.
E ao romaria a decisão depois das eleições.
Cúmplice
Nas redes sociais já estão admitindo que se Rafael não demitir, pode ser considerado cúmplice de toda a patifaria que, embora tenha nascido na gestão contaminada de Wellington Dias, os bandidos seguiram fazendo assaltos nos recursos federais na cultura.
Ah…
Todo cuidado nessa hora: Anchieta já espalha entre os comparsas que não vai ficar só.
Ele tem muito o que dizer sobre as pancadinhas que recebia e as rachadinhas que fazia, caso seja jogado na jaula dos leões.
Cara de pau
O que impressiona é o cinismo: um escândalo dessa monta, com R$ 7 milhões desviados, os petistas fazem cara de paisagem, como se nada tivesse acontecido com eles.
Wellington Dias anda lépido e fagueiro, faz videos, conta lorotas, fingindo que nada ocorreu.
A cara cada vez mais oleosa.
Comitê de crise
O jornalista Pedro Alcântara, candidato a vereador de Teresina , informa que Rafael Fonteles criou o comitê de crise para acompanhar o escândalo na Secult.Alcântara confirma o que todos já sabem: demissão dos corruptos só após a eleição.