Defesa de Lula recorre a Gilmar para evitar transferência à penitenciária de Tremembé

Político condenado por corrupção poderá fazer companhia a outros presidiários ilustres

Após a decisão da Justiça de São Paulo de indicar o presídio de Tremembé como destino para o cumprimento da pena do ex-presidente Lula (PT), a defesa do petista condenado por corrupção e lavagem de dinheiro recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), para suspender a transferência ao estado onde vivem seus familiares. A defesa de Lula deu uma de “joão-sem-braço” e endereçou o pedido ao gabinete do ministro Gilmar Mendes. Este, por sua vez, encaminhou o documento ao presidente do STF, Dias Toffoli.

Os advogados pedem que o ministro do STF dê a Lula o direito de permanecer hospedado em “Sala de Estado Maior”, como a que ocupa na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, desde abril de 2018, onde essa regalia custa R$10 mil por dia ao contribuinte, em vez de cumprir pena em uma cela na Penitenciária II de Tremembé.

O pedido da defesa pela transferência de Lula para São Paulo teve como argumento a permanência próximo aos familiares do petista. A Justiça Federal do Paraná acatou o pedido de transferência, mas o juiz corregedor Paulo Eduardo de Almeida Sorci determinou que Lula ficará custodiado em Tremembé.

A decisão do juiz foi tomada horas depois de a juíza federal do Paraná Carolina Lebbos determinar a transferência de Lula da carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba para um estabelecimento prisional de São Paulo, à revelia da defesa do petista.

Lula está preso desde 7 de abril de 2018 em uma cela especial na sede da PF na capital paranaense. Sua transferência de Lula foi um pedido do superintendente da Polícia Federal, Luciano Flores, que argumenta que a prisão do petista altera a rotina do prédio da PF.

Lula foi condenado no caso do triplex em Guarujá (SP) a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público Federal (MPF) se mostrou contra o pedido de transferência. Segundo Carolina Lebbos, os procuradores argumentaram que a remoção somente poderia ocorrer após o encerramento da instrução criminal nas ações penais que envolvem a investigação sobre a compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, e a que investiga o sítio em Atibaia.

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