Deputado Marlos Sampaio deixou Wilson Martins numa saia justa

Por:Zózimo Tavares
Se foi ou não uma atitude de um político inexperiente, que Wilson Martins eufemisticamente qualificou de jovem, o fato é que o deputado Marlos Sampaio (PMDB) deixou o governador em maus lençóis. Ele sugeriu na reunião de Wilson com a bancada federal, na terça-feira passada, em Brasília, que a crise financeira por que passa o Estado resulta de uma “herança maldita” do governo Wellington Dias.
O governador disse que não. Trata-se, na sua avaliação, de uma situação própria de um Estado de economia frágil, como é o caso do Piauí. Wilson desprezou por completo o tom crítico do deputado em relação ao seu antecessor, tentando dar a maior naturalidade ao episódio. “Faz parte da democracia, é normal”, comentou.
Apesar de sua juventude, Marlos Sampaio acertou na crítica. Dados divulgados ontem mostram que o total de servidores do Estado aumentou 50% ao longo dos dois mandatos do governo passado. E mais: o valor da folha de pagamento teve um salto de quase 500% no mesmo período. Sem contar outras despesas e mais os empréstimos.
Apesar dessa herança, durante toda a campanha eleitoral o governador Wilson Martins rebatia com veemência as críticas da oposição dando conta do desarranjo e eventual comprometimento financeiro do Estado. Ele garantia que as finanças estavam sob o mais absoluto equilíbrio e que as críticas eram coisa de pessimista.
Do ponto de vista eleitoral, o governador estava certo. Ele precisava do esquema do governo anterior para se eleger e não podia sair por aí chutando o pau da barraca. Porém, sua proteção às contas de Wellington Dias conferiu um atestado de bons antecedentes e de boa gestão ao governo petista.
É notório que o governo estadual vive um aperto financeiro dos mais graves. No entanto, mesmo que queira, já não pode mais debitar ao antecessor a responsabilidade pela crise. Se Wellington deixou a casa arrumada, como Wilson garantiu ao assumir o cargo, só resta concluir que foi o governo atual e não o passado que provocou o desequilíbrio das finanças estaduais, afinal dois anos já se passaram.
  

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