A divisão cultural entre Piauí e Gurgueia

Por que dividir o Piauí para criar o Estado do Gurgueia? Porque a autonomia federativa ampliaria as condições de desenvolvimento econômico e social da parte sul, afirmam os militantes da causa, entre eles os deputados federais Júlio César (DEM-PI), Marcelo Castro (PMDB-PI), Paes Landin (PTB-PI) e Hugo Napoleão (DEM-PI). 
A proposta de realização do plebiscito para que a população eleitora de todo o Piauí decida se quer ou não o desmembramento do sul para a criação do Gurgueia está pronta para votação em plenário desde 2006. Não é fácil convencer o Colégio de Líderes e o Governo Federal a colocar em pauta. Não impossível, porque ontem (5/5/11) foram aprovados os plebiscitos para a criação de Carajás e Tapajós, fatiando o Pará.
 
Para o jornal Correio Braziliense, um “cochilo” das lideranças da presidenta Dilma Rousseff (PT) que poderá custar R$ 3 bihões aos cofres da União só para engrenar dois novos Estados na Região Norte do País. Tapajós quer ficar com o oeste, onde predomina muita floresta amazônica. A capital seria Santarém. Carajás quer a riqueza mineral na área sudeste, onde a Vale movimenta a economia. Marabá seria a capital. O Pará ficaria reduzido a um Piauí, com 250 mil quilômetros quadrados, e Belém tendo que segurar as pontas. 
Ainda há muitos obstáculos em Brasília para a confirmação dos plebiscitos, mas, até o PT se aproveitou da cochilada dos líderes da companheira Dilma. O deputado Zé Geraldo (PT-PA) defendeu entusiasmado a divisão: “O Partido dos Trabalhadores entende que não podemos não permitir a livre manifestação de um povo. Quem vai decidir se quer dividir o Pará em dois ou três é o povo e sua classe política. No Pará, só de Altamira até Castelo de Sonhos, num monomotor, são duas horas e meia de viagem. Essa é a realidade. Não é só uma questão econômmica, é uma questão mesmo cultural, geográfica.”  

Por: Mauro Sampaio – Brasília

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