Em toda mudança de governo federal fica aquela expectativa: como será a partir de agora, no Piauí? Os governos estaduais, ao longo do tempo, desde a ditadura, sempre foram aliados dos presidentes da República. A partir de 2013 chegou a vez do PT no Piauí que nacionalmente, também, era do seu companheiro, Lula. E, assim, revezando-se Wellington Dias, Wilson Martins e depois Zé Filho, o Piauí esteve nas graças de Lula por dois mandatos e de Dilma, em mandato e meio.
Quando se imaginava que com o golpe, ou, para alguns, o impeachment de Dilma, as coisas piorassem para Wellington Dias no governo Temer, a realidade que se mostrou foi outra completamente diferente. Wellington nem precisava ir tomar a benção de Temer no Palácio do Planalto porque tinha um tarefeiro bem animado e atuante aqui, o senador Ciro Nogueira, que foi o responsável pelo derramamento de muito dinheiro no governo do Piauí. Ministros e presidente da Caixa eram visitantes costumeiros do Estado, principalmente no período eleitoral, sempre com anúncio de liberação de dinheiro para o Estado e prefeituras. Então, sendo inimigo ou não de Wellington, Michel Temer mandou muito dinheiro para todos os setores do Piauí e assim o governo estadual vai encerrar o ano sem se queixar de Michel Temer. O problema agora será a partir de janeiro.
Como Bolsonaro irá tratar o Estado tendo um governador que lhe foi francamente hostil, um governador que deu o maior percentual de votos para seu adversário, Fernando Haddad? Pior é que o carregador de malas de Wellington no governo Temer, o senador Ciro Nogueira, parece que não vai ter qualquer prestigio no governo do capitão. Basta ver a manchete de ontem, do Portal AZ, que diz que na reunião de ontem, com a bancada do Progressistas em Brasília, Bolsonaro teria dito que não gostaria que o senador piauiense participasse. E, de fato, Ciro não foi. Mandou a esposa, a deputada federal Iracema Portella. Quem será o salvador .(Por: Arimateia Azevedo)