E O DIA SEGUINTE?

Por: Zózimo Tavares
Os petistas piauienses que estão querendo comprar briga com os aliados que apoiaram e apóiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff estão querendo, também, estadualizar uma crise nacional. Até aqui os posicionamentos divergentes em relação ao processo não afetam a convivência dos partidos aliados no Piauí. 
Os ataques feitos nos últimos dias aos deputados federais Júlio César (PSD) e Iracema Portella (PP) e aos senadores Ciro Nogueira (PP) e Elmano Férrer (PTB)  apenas criam instabilidade na base do governador Wellington Dias em Brasília, o que poderá resultar em dificuldades futuras para ele.
Admitindo-se que o impeachment seja aprovado no Senado, a presidente Dilma cai e consequentemente o governo muda. Quem seriam os interlocutores de Wellington Dias em Brasília no futuro governo? O secretário Merlong Solano? O deputado João de Deus? A senadora Regina Sousa ou outros petistas menos votados que andam açodados para cima dos parlamentares piauienses pró-impeachment?
Como conhece bem o terreno de Brasília, o governador tem sido comedido quando instado a se posicionar sobre os votos e as manifestações de voto de seus aliados na questão do impeachment. O que lhe cabe é dialogar com todos eles, tentar virar o voto. Isso ele tem feito. Não conseguiu nem com Júlio César nem com Iracema. Provavelmente não conseguirá com os senadores.
Não será por isso, contudo, que ele vai sair por aí a jogar pedras em Ciro e Elmano. Os dois que prestem contas com as urnas e com a história, mais adiante. O governador sabe, desde já, que não dá para confiar que vai tirar um mandato tranquilo contando apenas com o apoio do deputado federal Assis Carvalho e da senadora Regina Sousa num governo que agora seria adversário.
Por isso, é um erro estratégico o PT do Piauí tentar puxar para dentro de casa uma disputa política que se faz no plano nacional, na qual o partido está em franca e visível desvantagem. Que os petistas piauienses não faltem com a sua solidariedade à presidente que está encurralada, mas que isso não signifique arrastar para o precipício o governador Wellington Dias.

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