Cartão vermelho
Está na edição impressa do jornal Folha de S Paulo desta quinta-feira que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recusou o pedido de conexão do projeto de produção de hidrogênio verde da empresa espanhola Solatio, na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba.
A proposta da empresa prevê consumo de energia de 3 gigawatts por ano.

ONS disse não
Segundo a Folha, a Aneel indeferiu o pedido seguindo recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O organismo usa como justificativa para indeferir o pedido de suporte energético em face de sobrecarga estrutural da rede, que seria agravada pela conexão do projeto e riscos concretos de colapso de tensão em diversas subestações adjacentes.
Sem planos
O ONS informa que não existem reforços estruturantes previstos em curto prazo no Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica (Potee) capazes de reduzir esses problemas “no horizonte de conexões pretendidas”.
Ou seja, não há linhas de transmissão que possam atender um empreendimento que demanda tanta energia.
Ceará again
Essa falta de infraestrutura de transmissão – de potência, ou seja, de subestações – foi a mesma que o ONS usou para negar autorização a um projeto semelhante, da empresa brasileira Casa dos Ventos, para produção de hidrogênio verde em Fortaleza, no Ceará.
Previsão
A espanhola Solatio previa uma conexão do seu projeto na ZPE de Parnaíba a uma subestação prevista para operar em 2028, denominada Parnaíba III.
A empresa estima produzir hidrogênio verde a menos de US$ 3 por quilo, com foco nos mercados da Europa e da Ásia, já tendo até assinado documentos de intenção de compra com clientes internacionais.
Crítica
A Solatio pediu a revisão da decisão. Segundo a empresa existem inconsistências técnicas nos estudos apresentados pelo Operador Naiconal do Sistema.
Por isso, a empresa aponta e critica o que considera falta de transparência nas premissas e metodologias utilizadas. (Portalaz)