Efeito bumerangue

Por:Arimateia Azevedo
A lenda urbana nas cercanias do campus da Ininga dizia que, para acompanhar os movimentos grevistas de outras universidades no final dos anos 70 e entrada dos 80, o então reitor Camillo Filho incentivava um grupo de estudantes para ensaiarem ações contra a ditadura que iam além da sua ordem, pois, entre as badernas, acontecia até quebra-quebra dos equipamentos da universidade. Camillo era notável, pela habilidade principalmente em lidar com esse tipo de movimento. Porque, a bem verdade, aqui, comparado ao que ocorria nas outras universidades públicas, principalmente no eixo Rio e São Paulo, não tinha a menor repercussão. E o reitor da época, raposa velha, sabia o que estava fazendo com os líderes estudantis: incentivava o movimento e até vandalismo, para receber dinheiro do MEC. Por motivos semelhantes e causas diferentes a experiência petista na gestão da prefeita Maria Luiza Fontenele, de Fortaleza (1985/1988), mostrou que a nefasta convivência ideológica servidor público X gestor necrosou a máquina da prefeitura da capital cearense. O servidor não trabalhava e os secretários não tinham moral para cobrar produtividade. Instalou-se o caos e a administração Maria Luiza foi para o buraco, um suicídio para a carreira política dela. Mais de 30 anos depois se vê um gestor, no caso o governador do Piauí, Wellington Dias, fazendo apologia indireta da desordem e assumindo publicamente o apoio à greve geral anunciada para hoje, sob o falso pretexto de se estar combatendo as reformas trabalhista e previdenciária encetadas pelo governo ao qual o petista faz oposição. Wellington, assim como os outros governadores, vão se obrigar fazer nos seus Estados mudanças nos sistemas previdenciários estaduais. Logo, seria muito prudente que o governador começasse a se preocupar com o fogo que está dizimando a roça do vizinho para evitar que chegue à sua plantação. Seguramente, os servidores estaduais estarão em pé de guerra da mesma forma que os federais se encontram agora.

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