Empréstimo será faca de dois gumes para W. Martins

O aval dado ontem, 27, pela presidente Dilma para que o governo piauiense e outros do nordeste possam se endividar é uma faca de dois gumes.
No caso do Piauí, o governador Wilson Martins, vai usar a maior parte dos recursos – R$ 927 milhões – para rolar uma dívida que fora contraída e negociada ainda no governo Mão Santa e que consome grande parte da receita com o pagamento de juros, deixando uma margem mínima do orçamento para investimentos.
Conforme já explanado pelo próprio governador, com esta negociação de um novo empréstimo junto o Banco Mundial e outro com a Caixa Econômica, com um prazo de pagamento mais dilatado, sobrará dinheiro no caixa estadual para novos investimentos da ordem de R$ 50 milhões.
O drama de Martins é político. Com raras excessões, a maioria dos seus auxiliares de primeiro escalão é pouco criativa, possui iniciatiavas pífias em elaborar projetos, negociar junto ao governo federal, estabelecer parcerias com a sociedade civil. Segue a lógica do pires na mão, esperando que o governador engorde com recursos o caixa de sua pasta sem qualquer esforço.
Tem mais. A maioria de seus auxiliares alimenta uma lógica cara de contratação de serviços, ou seja, possui uma visão elitizada na hora de gastar, o que alimenta a gula de grandes empresas, deixa de fora as médias e pequenas. O dinheiro fica escasso e termina favorecendo os mesmos que sempre se locupletaram das obras e serviços públicos no Piauí.
Somado a esses dramas, Martins é cada vez mais desafiado desatar o nó político que é tentar satisfazer correntes políticas que vão do PFL ao PT. Não dá certo, são visões e projetos diferentes na condução dos negócios do governo. Martins mais do que nunca é hoje desafiado a continuar fazendo reformas, ampliando direitos de cidadania. Do contrário repetirá Hugo Napoleão e Mão Santa, ou seja, amados por conservadores e odiados pela maioria do povo.
Acessepiaui

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