A Eletrobras anunciou na sexta-feira a disposição de vender até o próximo ano as cinco distribuidoras estaduais de energia que controla – incluindo a do Piauí. A venda do ativo elétrico piauiense vai se dar 20 anos após o processo de federalização da companhia, em 1997, quando era governador do Estado o senhor Mão Santa, que usou considerável volume dos recursos recebidos pela transferência do controle da estatal para custeio de folhas salariais. Nesse percurso de 20 anos, a companhia chegou a ser posta à venda, mas o negócio terminou fracassando e a empresa foi mantida sob controle estatal, apresentando resultados operacionais negativos, acumulando prejuízos que de 2012 a 2015 somam R$ 1,041 bilhão. Somente no ano passado, a empresa perdeu R$ 562,987 milhões. Há quem veja nos sucessivos números negativos uma conspiração do governo – deste e do anterior – para desvalorizar a empresa e vendê-la a qualquer preço. Besteira. Má gestão é um traço mais comum no setor público altamente eivado por interesses privados que no setor privado, onde persiste a busca de maior ganho com menor custo. Assim, a privatização da Eletrobras Piauí se converte em boa notícia, porque permitirá que perdas que somam mais de R$ 1 bilhão se convertam em ganhos para reinversão em negócios energéticos, que impulsionam outros negócios nos mais variados ramos da economia local.
Enfim, a privatização
Por:Arimatéia Azevedo
