Por:Zózimo Tavares
Afundada em dívidas, a Eletrobras Distribuição Piauí, antiga Cepisa, quer pagar a sua conta com o dinheiro alheio, mais precisamente do consumidor de sua energia. Para tanto, a empresa solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorização para cobrar um reajuste extraordinário de tarifas.
O pedido da Eletrobras Piauí é para que a autorização saia com a máxima urgência, em até 30 dias. Sem isso, alega, não terá como arcar com uma dívida de quase R$ 100 milhões com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), onde ocorrem os acertos de contas entre os agentes do setor elétrico.
A Eletrobras Piauí pede uma medida cautelar para suspender os pagamentos até que o reajuste extraordinário seja aprovado. A inadimplência junto ao órgão gera uma série de problemas, suspendendo inclusive o repasse de valores e subsídios administrados pela própria Eletrobras.
No pedido feito à Aneel, a Cepisa afirma que tem amargando prejuízos desde 2013, quando, por conta da seca, teve de recorrer ao mercado de curto prazo de energia, a valores elevados, para garantir o abastecimento dos clientes. O cenário se agravou com o aumento da inadimplência pelos clientes e dos “gatos”.
Essa é boa! A Eletrobras não recebe os pagamentos dos inadimplentes porque, entre outros motivos, certamente eles consideram suas contas altas. Se nos valores em que estão, eles não conseguem pôr seus talões em dia nem mesmo com as frequentes campanhas de incentivo ao pagamento dos atrasados, imagine com um novo reajuste!
Claro que, mais uma vez, quem vai pagar o pato, ou a conta, é o consumidor que se esforça para manter suas contas rigorosamente em dia junto à Eletrobras. Esse consumidor já é sobrecarregado com uma conta pesada para compensar as perdas de receitas com faturas não pagas pelos inadimplentes.
Agora, eles serão penalizados novamente com mais um aumento tarifário para cobrir as dívidas da Eletrobras e também o rombo do calote dos inadimplentes, que tende a aumentar com o novo reajuste na tarifa.