
Arredio a entrevistas, principalmente políticas, o cantor Raimundo Fagner rompeu o silêncio e numa entrevista exclusiva ao meu blog, que a Folha de Pernambuco também publica hoje, fez uma revelação bombástica.
Amigo do ex-ministro Ciro Gomes, a quem já emprestou o seu talento em companhas políticas, Fagner acha que ele (Ciro) caiu numa armadilha do ex-presidente Lula, quando este o influenciou a transferir o domicílio eleitoral para disputar o Governo de São Paulo e em seguida o abandonou.
“Naquele episódo, o Lula agiu como cafajeste e Ciro como otário”, desabafou.
Fagner revela que, embora não conheça bem o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), nutre por ele admiração e até aposta nele numa disputa presidencial, mas faz uma advertência. Julga o socialista tímido e acha, por isso mesmo, que deveria divulgar mais para o País as suas ideias.Magno Martins
“O Brasil não sabe ainda o que o Eduardo pensa”, diz. Confira abaixo a entrevista, concedida sábado passado, à sombra de um pé de cajueiro na Pousada de Brotas, em Afogados da Ingazeira, a 386 km do Recife, minutos antes de fazer um show na festa em homenagem ao compositor José Dantas, em Carnaíba, cidade vizinha.
Como vê hoje o cenário da política nacional com a demissão de tantos ministros por corrupção?
Isso é o retrato da política no Brasil, que vem empurrando tudo com a barriga. O loteamento de cargos, as coligações que se fazem para chegar ao poder, tudo isso representa uma prática que a gente vem tendo aqui no Brasil muito forte e que impede que pessoas que mais credenciadas possam assumir determinados cargos. Não se escolhem pessoas competentes, porque a prioridade é política. Só uma reforma política talvez fosse capaz de corrigirv esse erro, que é muito grave. No Brasil, os partidos vão tomando conta dos cargos e termina acontecendo o que está acontecendo aí (as demissões dos ministros), o que, convenhamos, da forma que observamos e constatamos, é uma grande vergonha.
Trata-se de uma herança maldita de Lula?
Com certeza! É uma herança do Lula, não só isso, mas tantas outras coisas. Agora, esse momento da Copa, é também uma herança do Lula. Talvez ele, por estar no final de mandato, tenha deixado de negociar com a Fifa. Do jeito que a Fifa, impondo. E ele mesmo não mais aí para defender os pontos que são necessários. Até porque, nós somos o Paísdo futebol e temos que ter certa prioridade. A Fifa não é dona de tudo. Essa estória está muito muito mal contada. A Fifa atropela em todo canto, com exceção de alguns países. Aqui, no Brasil, é muito difícil, porque já está muito em cima e talvez o Lula tenha aberto essa porteira. A Dilma vai ter dificuldade para botar a casa em ordem e dar os direitos que o povo brasileiro tem para assistir uma Copa do Mundo. Corremos o risco de termos no Brasil a copa do estrangeiro(…)