Por Rômulo Rocha – Do Blog Bastidores
SINAL AMARELO: É PRECISO ACOMPANHAR ESSES GASTOS
– Em 2014 foram estradas vicinais – ainda continuam, mas a moda mesmo é pavimentação em paralelepípedo. Ontem o Blog Bastidores, do 180, fez publicações sobre a Comepi, hoje, sobre o Turismo. Os valores nesses tipos de obras, já licitadas, algumas realizadas, outras pagas, tomando por base essas duas pastas, já ultrapassam R$ 80 milhões em 16 meses. Mas isso ainda não é nada. A farra é maior. De todo modo, o interessante é saber se a população está realmente sendo beneficiada com essa quantidade de obras.
Flávio Nogueira Jr.
TURISMO É COMANDANDO PELO PDT
PULVERIZAÇÃO DE PAVIMENTAÇÕES DESPERTA RECEIOS
Para que o leitor não se perca nas cifras e pastas, faz necessário explicar que o rumoroso Caso Idepi é uma ampla investigação que teve início em 2014, no governo Zé Filho – e continua até hoje. O caso ganhou repercussão internacional após a censura imposta por um dos engenheiros investigados (censura essa derrubada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, relator da Lava Jato, Edson Fachin). As apurações das autoridades giram em torno de estradas vicinais, a ampla maioria com sobrepreço e superfaturamento. Só em o TCE ter batido em cima, segundo o relator conselheiro Delano Câmara, cerca de R$ 100 milhões foram poupados de se esvair para caminhos outros.
Nesta semana, o Blog Bastidores, do 180, deu início a publicações sobre o que se desenha uma das maiores ‘farras’ já vistas no estado com dinheiro do erário, as pavimentações em paralelepípedo. E iniciou com publicações em torno da COMEPI, que de 2017 para cá já licitou, mesmo sem a suposta competência para tratar desse tipo de obra, cifra superior a R$ 26 milhões. O caso é investigado pelo Tribunal de Contas do Estado, no âmbito de 8 auditorias, que ainda não abarcam todas as obras licitadas.
Agora, o 180 entra na cifra milionária que a pasta do Turismo está a gerir para destinar a esse tipo de obra que se tornou a menina dos olhos de muitas pastas governamentais. É válido ressaltar que ano passado o TCE chegou a direcionar processos licitatórios que estavam sob a suspeita de fracionamento.
Essas obras estão mesmo saindo a contento?
O certo é que em 2017, o responsável pela pasta, o deputado Flávio Nogueira, que junto com o pai é o mandatário do PDT no estado, licitou a quantia de R$ 40.082.404,56. E, só nos primeiros meses de 2018 – ano eleitoral, licitou valor maior a 50% do que o ano anterior, chegando ao patamar de R$ 20.104.682,60. Atingindo, portanto, montante superior a R$ 60 milhões. Como era de se esperar, Flavinho se afastou para a reeleição, para colher os frutos desse intenso trabalho.
Os municípios escolhidos para a realização dessas obras são pertencentes à base eleitoral dos Flávio Nogueira, ou aqueles em que algum acordo político está em via de ser acertado e para tanto, prometeu-se a tal da pavimentação em paralelepípedo para respectivo líder político, segundo informações de fontes que estão a auxiliar as publicações. Sendo assim, conforme as informações que têm chegado, não haveria necessariamente o desenvolvimento do Turismo regional como único fim na distribuição dessas obras em território piauiense.
Para se ter ideia, a ação mais agressiva de divulgação do turismo local que ocorreu nesse ínterim da gestão dos Nogueira à frente do Turismo, estava a ocorrer no aeroporto Petrônio Portella, através de um estande, mas para divulgar as belezas do estado vizinho do Ceará. Nada a ver com o Piauí e nem muito menos com ações da pasta.
Pesa ainda o fato de existir inúmeras denúncias que estão a ganhar voz tratando justamente sobre as obras dessas duas pastas, denúncias essas advindas de terceiros – que inclusive, podem usar os órgãos da rede de controle para informar possíveis suspeitas na realização, escolha das empresas e superposição dessas obras licitadas. Para entrar em contato, aqui no âmbito jornalístico, com o titular do blog, é possível utilizar o e-mail: jornalistaromulorocha@uol.com.br. O sigilo é mantido.
(Com informações do 180 graus)