Foi-se o Troca-troca… Renasce a Praça

                                 A Praça e o “troca-troca” eram assim
A Praça da Graça é o espaço público mais antigo de Parnaíba:
vem do tempo da fundação da Vila, em 1762; assistiu-se à construção das duas
igrejas e tornou-se o Largo da Matriz. Armou-se nele o primeiro pelourinho da
Vila. Ali se açoitavam escravos diante da visão público, tal como em todos os
outros lugares brasileiros em que fincaram pelourinho para torturar escravos.
É isso: a Parnaíba tem uma História de Tortura, jamais
contada.
Depois da Praça, o segundo lugar público mais antigo é outra
Praça, a Coronel Jonas, hoje destruído e ocupado por bancadas de venda de
roupa-pronta. Para lá, no começo do século 19, transferiu-se o pelourinho a fim
de que o espetáculo de torturas saísse da frente da igreja Matriz. Mas a
tortura continuou apenas afastada dos olhos dos santos das duas igrejas.
O terceiro lugar público mais antigo foi a extinta Praça da
Bandeira, do lado de cá do Mercado de Frutas, hoje Jardim dos Poetas, onde se
amarravam bestas e cavalos, armavam-se rinha para briga-de-galo aos domingos e
até arena, para touradas. Por fim, o quarto lugar público mais antigo (embora a
Praça de Santo Antônio tenha sido ajardinada primeiro) é o que nasceu com a
construção da Santa Casa, entre duas ruas que dão no Rio Parnaíba, a Coronel
Pacífico e a Vera Cruz. É o antigo Largo da Santa Casa, um soberbo areal,
terreno árido, queimando pés no sol quente.
Uns sessenta anos depois da construção da Santa Casa, o
Largo recebeu piso de pedra, plantaram-se oitis e virou Praça Antônio do Monte,
depois ocupada por mercadores de bancas e barracos, quando pegou o apelido de
Praça do Troca-Troca.
Lugar de aparência miserável, a decrepita, a amedrontadora,
que, por fim, neste ano de 2014, teve seus barracos destroçados por tratores
depois que a prefeitura, com muita competência e tato, instalou seus mercadores
noutro lugar: um espaço especialmente construído na Conde D’eu, também pertinho
da Santa Casa. E agora, livre de camelôs e sujeiras, ressurge a Praça Antônio
do Monte, com ambientação colorida e luminosa o natal. E que seja um feliz
natal!
                                       A Praça agora está assim
Texto:Extraído de “O Bembém”
Edição:Bernardo Silva
Fotos: Fumanchú

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