Os governadores do Nordeste, que estão em rota de colisão com o presidente Jair Bolsonaro, decidiram trocar os ataques ao seu governo por exigências.
Ontem, em Salvador, na primeira reunião após serem chamados de “governadores de Paraíba” pelo presidente, eles mudaram de estratégia.
Assim, argumentando que é melhor focar em ações do que em conflitos, os governadores estruturaram uma agenda de trabalho própria e cobraram do Governo Federal medidas e recursos que podem contribuir com a redução dos déficits estaduais e com a melhoria da segurança pública na região.
Mesmo o governador da Bahia, Rui Costa (PT), anfitrião do evento, preferiu baixar a bola, depois de ter se recusado a participar da inauguração do Aeroporto de Vitória da Conquista ao lado do presidente, na semana passada, e bater boca com ele publicamente.
“Entendemos que concentrar energias nas questões políticas ou de retórica, dilui a atenção do problema central do Brasil, que é a economia, o emprego e a renda. Todos aqui acham que esse debate é secundário, pois deveríamos estar concentrados nas ações”, explicou o governador, em entrevista ao site Congresso em foco.
As reivindicações
Entre os pedidos dos governadores ao Planalto estão a aprovação das regras do Novo Fundeb, a implementação do Plano Mansueto, a compensação das perdas de arrecadação decorrentes da Lei Kandir, a possibilidade de securitização dos títulos públicos e o compartilhamento das receitas provenientes da exploração e da comercialização do petróleo.
Os governadores do Nordeste também pediram a liberação imediata dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública por parte da União, recursos que, segundo os estados, chegam a R$ 1,1 bilhão.
A nova estratégia dos governadores é mais consequente. Nada traz de novo ao debate político, mas contribui para que não se desperdice energia com temas que só interessam aos políticos, enquanto as urgências e necessidades do país e dos estados são outras.