Para evitar a imagem de estagnação e a percepção de fragilidade financeira, o Governo do Estado teria orientado empreiteiras responsáveis por obras públicas a iniciarem seus trabalhos mesmo sem qualquer repasse oficial de recursos. A determinação, segundo fontes do setor da construção civil, seria sustentada apenas pela promessa de que os valores seriam liberados “nos próximos dias ou meses”.

Sem dinheiro em caixa e pressionados a manter o ritmo das obras para não comprometer contratos e nem a imagem de continuidade do governo, vários empresários passaram a recorrer a empréstimos com juros elevados alguns classificados como agiotagem para bancar as primeiras etapas dos serviços. A estratégia serviria para mostrar movimento, máquinas nas ruas e obras em execução, dando ao governo a aparência de normalidade administrativa e capacidade de investimento.
Nos bastidores, a avaliação é de que o Estado está sem margem orçamentária para investimentos e depende unicamente do aguardado empréstimo bilionário de mais de R$ 2 bilhões autorizado ainda em julho, mas que até agora não chegou aos cofres estaduais. O cenário é descrito como alarmante, pois, além do risco financeiro para os empresários, evidencia um governo que tenta manter a imagem de andamento de obras públicas mesmo sem liquidez real. Nos canteiros, o clima é de incerteza: obras iniciadas, mas sem garantia de pagamento.(Encarando/Silas Freire)