Por Rômulo Rocha – Do Blog Bastidores

Com amortecedor na mão | O ministro Ciro Nogueira (Foto: Divulgação)
UM DIA QUE TRARÁ CONSEQUÊNCIAS
O agitador Jair Bolsonaro, que está como presidente da República, deixou (ou foi deixado?) de lado (por) aquele que diz querer ser o “amortecedor” do governo, ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e partiu rebaixado, só com as molas cortadas, para o 7 de Setembro do barulho.
Ciro Nogueira, que faz uso com maestria do Twitter, não se manifestou sobre a importante data alusiva à Independência do Brasil. Não houve qualquer comemoração, frase sobre, ou qualquer escrito sobre outro assunto na respectiva data.
O “amortecedor” também não subiu nos palanques de Jair Bolsonaro em Brasília e em São Paulo, usados para atacar membros do Supremo Tribunal Federal, ao invés de tratar de assuntos outros como inflação, recuperação econômica, país no pós-covid, vacinação ou geração de emprego e renda.
Para muitos o presidente mostrou fragilidade, ao invés de força, seguido somente pelos tachados de bajuladores – massa não crítica que segue dizendo amém e que o chefe do Palácio do Planalto confunde com Povo.
Ciro não foi para cima do trio. E isso tem um significado maior. Em Brasília, uns dizem que pelo fato de ser do PP, partido do Centrão, que olha mais para o umbigo do que para o País, não seria bom para o presidente ter Ciro ao lado. Outros falam que o presidente convidou todos os ministros.
Uma outra vertente assegura que ao subir nos palanques Nogueira iria contra seu discurso inaugural de ingresso no cargo de ministro, quando disse que seria algo que evitaria os solavancos, além de que prezava pela Democracia. E isso seria ruim.
“(…) A democracia é líquida e certa. Difícil por natureza, mas é a coisa certa. E é por ela que estou aqui, é por ela que todos estamos aqui, é por ela que Vossa Excelência [Jair Bolsonaro] está aqui: para cuidarmos dela, para zelarmos por ela, para aprofundarmos na diversidade, nas diferenças a nossa realidade democrática”, disse no discurso inaugural.
O político piauiense, à época, chegou a citar Petrônio Portella, ao dizer que esse foi “sempre sinônimo de conciliação e da democracia, mesmo nos momentos mais incertos”.
Contou que “Petrônio ficou a favor do presidente João Goulart, mas, amigo do presidente Castello Branco, não foi excluído e entrou para a Arena, onde se tornou parceiro de Geisel, como presidente do Senado, e de Figueiredo, na transição para a democracia”.
Por fim, disse que “o sábio Petrônio nos deixou a lição de que não há problema em mudar de opinião. Mudar de opinião não é contradição. Desde que seja para melhor”.
O grande X da questão é saber até quando Bolsonaro será o “melhor” para Ciro Nogueira, com tamanhas trepidações, visto que o ministro já foi assim ó, com Lula; assim ó, com Dilma; e assim ó, com Michel Temer.
