Governo do Piauí inaugura nova cadeia nesta segunda-feira(23)

Visão externa da nova Cadeia Pública de Altos. (Foto: Divulgação/Sejus)

Nesta segunda-feira (23), será inaugurada pelo Governo do Estado e a Secretaria de Justiça a Cadeia Pública de Altos. Com 604 vagas, o estabelecimento deverá receber o excedente carcerário das demais unidades, mas, mesmo assim, o problema da superlotação no Piauí não se resolve. Ele será apenas minimizado. É o que denuncia o Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí) e a Defensoria Pública do Piauí.

Construída por meio de convênio entre Estado e União, com investimento na casa dos R$ 17 milhões, a cadeia pública começou a ser idealizada ainda em 2008, quando o sistema prisional do Piauí abrigava cerca de 1.900 detentos, segundo dados do Sinpoljuspi, como resposta ao problema de superlotação dos presídios na época.

Celas da nova Cadeia Pública de Altos. (Foto: Divulgação/Sejus)

Mais de uma década depois, o sistema quase triplicou a quantidade de presos. Segundos dados da Secretaria de Justiça, o sistema possui atualmente 5.105 presos para as 2.390 vagas disponíveis. Ou seja, mesmo com as 604 novas vagas da cadeia pública, elevando o número de vagas disponíveis para quase três mil, os presídios do estado continuarão operando com 70,47% além da sua capacidade.

“Essa inauguração dará certo alívio por uma média de seis meses, mas é uma demanda crescente”, revela Kleiton Holanda.

“A obra está muito bem feita, já passou por várias tentativas de inauguração e, por falta de servidores, não foi inaugurada, mas há uma necessidade urgente devido à superlotação em várias unidades prisionais. Essa inauguração dará certo alívio por uma média de seis meses, mas é uma demanda crescente”, explica o presidente do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda.

Para a titular da 4ª Defensoria Criminal, o estabelecimento não resolve o problema da superlotação no Piauí. Segundo Viviane Setúbal, não é só abrir uma nova cadeia. Trata-se de se investir em projetos de ressocialização para os detentos e também na formação e capacitação dos profissionais que vão lidar diretamente com eles.

“Infelizmente a ideia que se tem é que investir nessa área é algo que não tem futuro. O Executivo, os administradores precisam ter consciência de que não é investimento em vão. A gente não pode ver aquele preso que está ali como uma pessoa que não tem mais perspectiva, pelo contrário. Existem pessoas no sistema que têm sim toda a capacidade de mudar de vida e só precisa de oportunidade. A oportunidade que não teve antes”, avalia Viviane. ( Com informações de Nathalia Amaral e Maria Clara Estrêla.)

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