Governo Wilson Martins, dois anos depois. Andou?

Por:Zózimo Tavares
O mandato do governador Wilson Martins faz dois anos. Um ano foi para completar o mandato de governador Wellington Dias. O outro ano é seu, exclusivamente. Se mantiver a tradição e for candidato a senador, Wilson já chegou à metade de seu governo, somando os dois períodos administrativos.
O governador conseguiu o novo mandato pregando em praça pública a continuidade do governo. De fato, manteve-se fiel à sua pregação e pouco se afastou das práticas do governo petista. Ou porque não quis ou porque não pôde. O que se viu, desde a primeira hora, foi um engessamento de seu governo. Ou uma imobilização, como se diz na linguagem médica.
Wilson recebeu o Estado como um cemitério de obras públicas inacabadas. E endividado até o gogó. Não conseguiu retomar as obras abandonadas. Todo esse tempo ele tem tentando fazer mais empréstimo, para pagar dívidas. E não tem sido fácil.
O Estado, segundo o governo, caminha no fio da navalha da Lei de Responsabilidade Fiscal. Como está a menos de 1% de atingir o limite do comprometimento máximo com a folha de pessoal, alega não ter condição de atender os pleitos salariais de várias categorias de servidores públicos que estão insatisfeitos.
Nem o piso do professor o governo consegue pagar. Resultado: o Piauí ainda não teve um dia de aula no ano letivo de 2012. Os médicos já cruzaram os braços duas vezes este ano. Os agentes penitenciários também fizeram greve. Outras categorias de peso ameaçam parar.
O governo levantou a bandeira do combate às drogas. O que fez, efetivamente? O combate ao tráfico tem sido firme, mas não criou uma rede para tratar os dependentes químicos. Ficou só no oba-oba.
Além dos graves problemas do Estado, Wilson enfrentou, no limite de suas forças, gravíssimos problemas de saúde. Mal saiu da campanha da reeleição, foi operado de um dos rins. Câncer. Um ano depois, voltou à sala de cirurgia para se operar do outro rim, com o mesmo problema.
Reconheça-se, então, que, nestes dois anos, o governador tem lutado como um gigante. Mas não saiu do lugar, pois está acorrentado a uma herança maldita. E não pode reclamar. Foi o preço do poder. É o preço do poder.

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.