Enquanto veículos internacionais de peso como Financial Times e Reuters já alertam que a corrida pelo hidrogênio verde enfrenta cancelamentos, cortes de metas e questionamentos sobre viabilidade, o governador Rafael Fonteles insiste em vender a ideia de que o Piauí será uma “potência mundial” nesse setor.
A realidade, no entanto, é bem diferente. No estado, não existe uma única planta em operação, nenhum eletrolisador de porte, nenhum contrato de exportação assinado. O que existe são promessas de palanque e anúncios grandiosos sem qualquer correspondência prática.
Lá fora, gigantes como Repsol e Cepsa reduziram seus projetos por falta de mercado e custos elevados. O Financial Times classificou as metas europeias como “irrealistas”. O Canary Media mostrou que a cadeia do hidrogênio verde pode ser altamente ineficiente. E o The Australian noticiou o cancelamento de uma planta de US$ 750 milhões. Se países ricos e empresas globais estão recuando, o que dizer de um estado pobre como o Piauí, que sequer conseguiu sair da estaca zero?
Apesar disso, Rafael prefere a retórica fácil. Vive em uma realidade paralela onde investidores estariam em fila para transformar o litoral piauiense em plataforma energética mundial. Rumores, porém, indicam justamente o contrário: interessados já cogitam desistir diante da falta de clareza, estrutura e garantias.
O governador tenta vender sonhos, mas o risco é transformar o Piauí em exemplo do “greenwashing” político: muito marketing, zero entrega. Enquanto ele fantasia sobre “potência mundial”, o estado continua sem infraestrutura básica, sem projetos reais e cada vez mais distante do mundo concreto da transição energética. (Fonte:O Piauiense)