Nesta segunda-feira (21/11), o presidente Jair Bolsonaro editou a medida provisória que autoriza a contratação, sem processo seletivo, de funcionários para auxiliarem no processo do Censo Demográfico 2022.
Por falta de recenseadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia prorrogado a conclusão do Censo para meados de dezembro deste ano.

De acordo com o IBGE, servidores aposentados da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios podem ser contratados.
ATRASO NA CONCLUSÃO DO CENSO
Até o dia 1º, foram contados 136 milhões de brasileiros, o que corresponde a cerca de 63% da população estimada de 215 milhões de pessoas.
Ao todo, 90,5 mil recenseadores estavam trabalhando no Censo naquela data, segundo o IBGE – o que corresponde a menos da metade das 183.021 vagas planejadas para a realização da operação.

Ainda segundo o IBGE, a falta de recenseadores é apontado como a principal razão para o atraso na coleta dos dados. Prazo esse que foi adiado duas vezes, e agora tem previsão para dezembro deste ano.
Em relatos, os recenseadores reclamam de baixa remuneração, além de atrasos nos pagamentos. No Censo Demográfico, os recenseadores são remunerados por produtividade, ou seja, pelo número de questionários respondidos. A remuneração varia de acordo com diferentes faixas, de acordo com a dificuldade da área. Regiões rurais, em que os domicílios são mais distantes uns dos outros, costumam ter valor maior.
PIAUÍ NÃO IRÁ PRECISAR DE MAIS RECENSEADORES
Ao OitoMeia, o IBGE no Piauí afirmou que, como o estado está em nível satisfatório na coleta de dados, com previsão para encerramento já no início de dezembro, não serão necessárias novas contratações.
“Na realidade o Censo Demográfico no Piauí já se encerra no início de dezembro. Somos o estado mais avançado na coleta no Brasil. Assim, não precisamos de vagas pra recenseador no estado”, disse Eyder Mendes, superintendente de informações do IBGE no Piauí.
MULTA PARA QUEM NÃO RESPONDER AO CENSO
De acordo com a Lei nº 5.534, de 1968, a pessoa que insistir em não responder à pesquisa fica sujeita a multa de até 10 salários-mínimos. Responder ao Censo é obrigação legal de todos os cidadãos brasileiros, e a recusa pode gerar multa de mais de R$ 12 mil.
A média nacional de recusa para responder aos recenseadores estava em cerca de 2,33% dos domicílios.
Até o último balanço divulgado pelo IBGE, apenas 10 dos 27 estados da federação estavam acima da média nacional, que é de 63,77%. Esses estados são Piauí (86,08%), Sergipe (83,19%), Rio Grande do Norte (80,48%), Alagoas (80,11%), Maranhão (76,99%), Amazonas (76,63%), Paraíba (76,28%), Pernambuco (75,85%), Bahia (70,05), Ceará (68,53%) e Santa Catarina (64,75%).
Com informações do Valor Online)