O microempresário Antônio Ferreira da Silva, de 67 anos, precisa urgentemente de uma cirurgia cardíaca para tratar de infarto agudo do miorcárdio, que pode lhe tirar a vida a qualquer momento. Ele precisa fazer ponte de safena, pois todas as veias do coração estão obstruída, e espera pela cirurgia há mais de um mês porque até agora a Fundação Municipal de Saúde – FMS, que regula o Sistema Único de Saúde – SUS, na cidade, não conseguiu vaga no Hospital Universitário da UFPI – HU, o único que pode fazer esse procedimento.
Paciente no HUT esperando transferência para o HU
Segundo a família, Antônio é doente renal crônico, faz hemodiálise e está em estado grave. Neste momento, ele encontra-se internado no Hospital de Urgências de Teresina (HUT) onde aguarda a transferência para o HU, que não dispõe de vagas para que a cirurgia seja realizada.
Os pacientes que precisam de cirurgia eletiva devem estar em uma fila de regulação do SUS, sob o controle da FMS e feita pelo hospital onde o paciente encontrasse internado.
A família de Antônio Ferreira denuncia que, por duas vezes, ele saiu da fila de regulação no HUT, deixando de constar como paciente de emergência cirúrgica porque funcionários do HUT teriam esquecido de fazer a avaliação diária e colocar o resultado na ficha do paciente, procedimento obrigatório para manutenção do paciente na fila da regulação.
De acordo com técnico do SUS, ao sair da fila de regulação o paciente cede o lugar para que outra pessoa ocupe a sua vaga. Não estar na fila para a regulação coloca em altíssimo risco a vida do pacientes como Antônio Ferreira, que já sofre com hemodiálise e a espera por uma vaga no HU.
“A enfermeira nos informou que ‘esqueceu’ de colocar meu irmão na fila de regulação. Isso é um absurdo, tenho medo dele morrer a espera de uma cirurgia”, disse um familiar de Antônio.
A regulação é um processo longo. Primeiro, o médico avalia o quadro geral do paciente e, após diagnóstico, o coloca na fila de espera para a cirurgia, caso seja necessário.