Por:Zózimo Tavares
O PT, que comemora 35 anos de lutas, nasceu nas ruas, nos sindicatos, nas universidades, nos movimentos sociais. Participou das grandes campanhas nacionais, como o movimento das Diretas Já. Também teve atuação destacada em tantos outros, como o do impeachment do presidente Fernando Collor.
Na história recente do país, nenhum outro partido teve uma atuação tão identificada no combate sem trégua à corrupção quanto o PT. Triste de quem, na vida pública, o partido cismasse de apresentar como corrupto: o escolhido, ainda que acusado sem provas, estava moralmente liquidado e passava a ser um zumbi político.
Por toda a sua existência, o PT foi sempre implacável com os adversários, insuperável na produção de dossiês, hábil no acionamento de órgãos de controle e extremamente diligente no abastecimento das redações dos veículos de comunicação com a papelada para dar vazão às suas denúncias.
Com a queda de Fernando Collor, o vice-presidente Itamar Franco assumiu o poder e montou um governo de coalizão. Convidou para o ministério os principais partidos, inclusive o PT. Mas os petistas queriam mais era que a casa, isto é, o país, pegasse fogo. E suspenderam os direitos partidários da ex-prefeita Luiza Erundina como punição por ter aceitado ser ministra de Itamar.
Durante os dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso, o PT passou oito anos nas ruas e na mídia com faixas e o grito de guerra: “Fora, FHC!”. Mas querer derrubar um presidente eleito e reeleito no primeiro turno não era golpe. Nem a imprensa que lhe dava voz era golpista!
Golpe, na visão do partido, é o povo sair às ruas agora, como se prepara para ir no próximo domingo, para pedir novos rumos ao governo do PT ou mesmo o impeachment da presidente Dilma. Ocorre, porém, que se pedir nas ruas a queda do governante de plantão for golpe, foi com o PT que o Brasil aprendeu isso!
