O senador Elmano Férrer, do Podemos, surpreendeu a todos, ontem, com a desistência da sua desistência em concorrer ao governo do Estado. Elmano já havia até se licenciado do Senado para, segundo ele, dedicar-se integralmente à campanha eleitoral. Até que, alegando a influência de ‘forças ocultas’, abriu mão da disputa e saiu no cenário.
Ontem, voltou atrás e se lançou candidato por meio da chapa, denominada por ele próprio, de chapa da Resistência, ainda sem candidato a vice. Não se sabe o que aconteceu com as tais forças, se mudaram elas ou se mudou o senador. As idas e vindas do agora novamente pré-candidato contribuem para criar ainda mais incerteza e desinteresse pela política. Não é a toa que as pesquisas divulgadas até agora registram altos índices de indecisos.
Não é a primeira vez, aliás, que o senador volta atrás em uma decisão anunciada publicamente. Na época da votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Elmano divulgou uma carta dizendo que votaria pelo afastamento da presidente. Logo depois, desdisse o que havia dito e votou contra.
A incoerência política abre espaço para a desconfiança na cabeça do eleitor. Sem saber como o candidato vai se manifestar no dia seguinte, não há como avaliar o seu comportamento. Em um cenário de tanta turbulência, o eleitor procura por ideias claras e atitudes firmes, tomadas com convicção por parte de quem pretende comandar o destino do estado.