Joaquim Falcão toma posse na Academia Brasileira de Letras.

 

 

O jurista, educador e intelectual Joaquim Falcão tomou posse na noite de ontem (23) na cadeira 3 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em solenidade no Salão Nobre do Petit Trianon. O novo acadêmico foi eleito no dia 19 de abril deste ano, na vaga do escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, morto no dia 5 de janeiro.

No discurso de posse, Falcão propôs que a ABL seja considerada um patrimônio cultural e o Estado Democrático de Direito, um patrimônio político. “Cultura é a capacidade de cada um escolher seu melhor futuro. Matéria-prima da democracia, tão importante quanto segurança, emprego, saúde, educação e justiça. Nenhuma economia funciona sem eficiente infraestrutura: rodovias, saneamento, transportes, energia e tanto mais. Assim, também, a democracia. Não funciona sem adequada infraestrutura para a livre circulação de direitos e deveres culturais. Direito é energia. Move igualdades e liberdades. Não pode faltar”, avaliou.

Em outro trecho do discurso, destacou o direito de ler, de leitura e a literatura. Por todos os meios: livro, jornal, laptop, celular, internet, rádio, TV, exposições de arte. “Ler vendo, ler lendo, ler ouvindo, ler acessando. Sou dos que acreditam que mesmo em era visual, nunca se leu tanto no mundo. Apenas, lê-se diferentemente. Sejam grandes romances, instalações, Twitter, Facebook ou WhatsApp”.

Falcão disse que o país venceu o analfabetismo que impedia tecnicamente a leitura. “Não devemos nos entregar à outra escuridão. Aquela onde alguém escolhe por nós o que nós mesmos podemos escolher”.

Jurista, educador, intelectual público, Joaquim Falcão é o sexto ocupante da cadeira 3 da ABL. Ele tem 74 anos, nasceu no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, mas mantém origem e vínculos com Olinda, Pernambuco. Bacharel em Direito pela Universidade Católica do Rio de Janeiro, é mestre em Direito na Harvard Law School, mestre em Planejamento de Educação e doutor pela Universidade de Genebra. Foi Diretor, na década de 70, da Faculdade de Direito da PUC-Rio. Professor Associado da Universidade Federal de Pernambuco e Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fundador e professor titular da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.

Trabalhou diretamente com a família Marinho e foi convidado a dirigir a Fundação Roberto Marinho, na década de 90. Na época, criou o Telecurso 2000, que chegou a ter mais de 2 milhões de alunos. Criou, também, o pioneiro Globo Ecologia e o Canal Futura.

Na área jurídica, especializou-se no Supremo Tribunal Federal e publicou o livro O Supremo, em 2015. Organizou com colegas os livros Onze Supremos, publicado pela Editora Letramento – Belo Horizonte, em 2017; Impeachment de Dilma Rousseff: entre o Congresso e o Supremo, em 2017, editora Letramento – Belo Horizonte; e em breve sairá o novo livro O Supremo Criminal.Com informações da ABL. Fonte: Agência Brasil. Fotos: Flickr. Edição: APM Notícias.

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