Em várias oportunidades, e até mesmo na sua campanha de reeleição, o prefeito de Parnaíba, José Hamilton, tem pregado a renovação de lideranças políticas, afirmando até que o tempo dele termina este ano.”É o momento de incentivarmos as novas lideranças”, afirma, defendendo uma das razões de apoiar a candidatura de seu vice-prefeito, Florentino Neto, à sua sucessão.
Mas aí vem a pergunta que não quer calar: O que pensa o parnaibano, eleitor, a respeito do assunto?
Todos sabemos que, com a democracia, acabaram-se os movimentos estudantis, onde se preparavam novos líderes, nascidos das massas, criando a partir daí um vazio imenso, contribuindo para que, na política, o novo significasse, quase sempre, a filharada ou parentes dos velhos e tradicionais caciques políticos. Aí estão netos de Arraes, Brizola, Antônio Carlos Magalhães, filhos de Sarney, Renan Calheiros, enfim, gente deste “naipe”.
E em Parnaíba? Há quanto tempo não se elege um prefeito que não seja político tradicional? Na história política da Parnaíba houve dois hiatos: Elias Ximenes e Paulo Eudes. E só. O último, inclusive, não soube aproveitar a chance que ganhou.
E nossos vereadores, quem são? Quase todos ligados a políticos do passado, como: Reinaldo Filho (raiz: ex- vereador Reinaldo Tronco); Ronaldo Prado, Geraldinho, Evalto Linhares, descendentes do velho Galinha Dágua(Elias Prado); Gustavo Lima ( raiz: ex-vereador Zé Lima), João Câncio Neto, (o avô foi vice-prefeito); Neta Castelo Branco (descendente do ex-vereador Antonio Carlos Sales- o corisco); enfim, salvam-se apenas Gerivaldo Benício, Fernando Gomes e Antônio Cardoso.
Há mais de 15 anos, mais da metade da Câmara se reelege, portanto, repetem-se os mesmos parlamentares.
E agora, para completar, na pesquisa eleitoral para prefeito, do Instituto Data AZ, o eleitorado demonstra preferência pelo médico Francisco de Moraes Sousa, 70 anos, há mais de 30 anos na política e que só não foi vereador e nem presidente da República, considerando que ele renunciou um mandato de deputado federal em favor do comunista Manoel Domingos Neto.
Qual é o “novo” que Parnaíba está querendo?!
Acho que razão tinha o poeta Belchior quando dizia:”Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.