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Apagaram a luz

Por:Mário Rogério

 Eu estou desesperado. Eu fico tomando minha cervejinha, pensando o que está passando na cabeça do piauiense e do brasileiro médio, aquele que foi um entusiasmado eleitor do Wellington Dias e do Lula, brigava com quem fizesse uma crítica a esses dois super, hiper patriotas. O que foi que aconteceu nesses últimos quatro meses? Cadê aquele entusiasmo ufanista? Cadê o prometido paraíso, o primeiro mundo, o país do operário que botou no chinelo o Obama, o Sarkozy e outros idiotas que governam aqueles  países decadentes que apenas estavam estendendo o tapete vermelho para o Brasil ser anunciado como a nova mega potência interplanetária – tá bom, vou deixar a humildade de lado-, intergalática? E nosso Piauí então, esse estado maravilhoso que já estava desbancando Santa Catarina na liderança dos estados com menos miseráveis, tinha se transformado no maior produtor de uva que a humanidade conheceu, a segurança estava em dia e o atendimento médico era de primeiro mundo? E a educação então? Eu confesso: nada deixava-me mais embasbacado que aquelas solenes solenidades – e bota solenes solenidades nisso que estado rico é outro departamento – quando o governador, a reitora da Uespi e o secretário de Educação anunciavam os primeiros colocados no vestibular estadual. Ali eu enxergava o futuro, eu via – juro- um novo Piauí.
          E nossas estradas então. Meu Deus, que maravilha. Ninguém, nem que insistisse muito, conseguiu mais por o pé no pó. Foi tanto asfalto, mas tanto asfalto que a Petrobrás – essa empresasinha mequetrefe que lucra 11 bilhões de reais por trimestre- não conseguiu dar conta. É verdade. E quem anunciou foi o apóstolo do futuro, ele mesmo, Wellington Dias. Garantiu que queria asfaltar até as rotas aéreas, para que os aviões não ficassem dando aqueles solavancos, que isso é coisa de pobre e no Piauí essa mercadoria não existia mais. Mas não pôde. Faltou asfalto.
          E eu comecei até a ficar com pena de alguns pobres coitados dessa terra, que, ao longo dos anos, acumularam imóveis que ninguém consegue contar. Pensava eu, enquanto bebericava mais um copo da Brahma fabricada com a mais moderna tecnologia, na fábrica da Ambev no Angelim. Já imaginou o que o João Claudino, o Paulo Guimarães, o Reginaldo Carvalho, o Júnior da Luauto, os Ciro Nogueira pai e filho e outros menos votados – ou melhor, com menos imóveis- iriam fazer com tanta casa e terreno sem ter para quem alugar? Claro, se todo mundo ficou rico, cada um comprou o seu imóvel. E aquele(a) desventurado(a) que não foi bafejado pela sorte, que apesar de todo o dinheiro acumulado não teve como morar em um apartamento da Ilhotas ou da zona leste, não ficou no aluguel não. A Cohab e a Caixa caçaram gente foi no laço para entregar as lindas casas e apartamentos do Mina Casa Minha Dilma, digo Vida. Pensei com meus botões: quanto IPTU aqueles ex-potentados citados acima não tiveram que pagar, hem?
          Pois é. Quatro meses e 15 dias depois que o Cara  e um ano depois que  o Carinha deixaram os cargos, a incompetência, o desânimo, a mesmice voltou. Parece que, de repente, todo mundo acordou, depois, evidentemente, de desligar a televisão. A superpotência agora está tendo que enfrentar a realidade dos livros adotados pelo MEC. Ao invés de aprender a falar as línguas chiques deste mundo afora – embora aqui em Teresina todo mundo saiba, pois no shopping e nos prédios só se fala inglês, francês, italiano, japonês e chinês- nossas crianças estão sendo ensinadas que falar como o Cara não é errado não. Pode esquecer as regrinhas de português, só tem que ter cuidado com os metidos a sabichões, que podem mangar e querer ensinar –vejam só- o elemento a falar diferente do lulês.
          E a nossa Uespi então. Eu sou obrigado a perguntar, só não quero que ninguém fique zangado: doutor Carlos Alberto, o que foi que o senhor fez para destruir tantos sonhos? Porque o senhor não continuou com a maravilhosa obra da ex-reitora? Só porque o senhor é um petista de quatro costados resolveu em quatro meses destruir aquela maravilha, que já estava sendo comparada a Harvard e Oxford? Desconfio, não tenho certeza, que tudo isso foi feito para manchar o governo do doutor Wilson Martins. Os historiadores certamente destacarão os sete anos e três meses do governo Wellington, no campo do ensino superior, como os mais iluminados de todos os tempos. Foram dias gloriosos. De repente, fez-se a luz. E aí, como num passe de mágica, foi só o homem deixar o Karnak que alguém foi lá e simplesmente apagou a luz. Que coisa(…)

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