Por:Arimatéia Azevedo
Há muito se desconfia da lisura das licitações nos órgãos públicos do Piauí, principalmente quando se trata de pregões presenciais, sobretudo na área da saúde. Esse é um setor que atrai muitos espertos e, como tal, termina envolvendo os agentes públicos na prática de corrupção. Mas as supostas irregularidades ocorrem também em outros setores. A secretaria de Administração do Estado, por exemplo, suspendeu ontem a licitação para a compra de quentinhas para o governo do Estado, orçada em R$ 10 milhões, por conta de informações de que os preços da proposta da ganhadora estariam incompatíveis. Meses atrás houve também suspensão de um certame da Secretaria de Justiça, de mais de R$ 50 milhões, por suspeita de que o pregão teria sido dirigido para um grupo de empresas, algumas delas com natureza completamente diversa de um fornecedor de alimentos. No grupo, havia empresa de limpeza e até uma especializada em oficina de ambulâncias. Na área da Fundação Municipal de Saúde, ontem era o dia decisivo para os últimos lances numa licitação de R$ 3,5 milhões onde, estranha e curiosamente, a empresa classificada em 14º lugar das 16 concorrentes, estava em vias de sair vencedora. Ou seja, apesar da oferta de maior preço, habilitada para fornecer alguns dos itens da licitação. Mas a assessoria da PMT contestou a nota aqui publicada e diz: “A licitação de compras no valor de R$ 3,5 milhões citada na nota está ocorrendo na Fundação Municipal de Saúde (FMS) por meio do pregão presencial 073/2016 para aquisição de material médico-hospitalar. O processo ainda não foi concluído e está em andamento, sendo realizada nesta quarta-feira, 28 de dezembro, a rodada de lances das 14 empresas que estão concorrendo na licitação, e posterior escolha das mesmas para a prestação do serviço. Portanto, ainda não foi escolhida nenhuma empresa para o fornecimento dos materiais como foi informado na nota”. Como se vê, há esses processos geram sempre muita desconfiança.
