Charge do Sponholz (sponholz.arq.com)
Daniela Lila
Folha (Painel)
Lula usou as horas que antecederam sua prisão e o tempo em que esteve com aliados na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para orientar o PT. Numa tentativa de manter o partido sob controle, empoderou a senadora Gleisi Hoffman (PR) apontando-a como sua porta-voz. Em São Bernardo do Campo, falou com o ex-prefeito Fernando Haddad, visto como o plano B para a disputa presidencial. Disse que ele estava liberado para continuar negociando com outras legendas sobre 2018.
A defesa do ex-presidente começa a definir nesta segunda (9) a lista de advogados e familiares que serão autorizados a visitá-lo na prisão. Os defensores têm acesso a qualquer hora. A família, uma vez por semana. Como é formada em Direito, Gleisi quer ser incluída na relação como integrante da equipe de defesa de Lula.
ROMARIA – O PT quer fazer de Curitiba ponto de romaria para líderes políticos brasileiros e estrangeiros. A sigla fará eventos no acampamento montado pelos apoiadores de Lula todos os dias e discute a possibilidade de transferir a sede nacional do partido para a capital paranaense.
Na viagem de avião de São Paulo para Curitiba, Lula e seu advogado Cristiano Zanin foram acompanhados por um delegado e dois agentes da corporação. As conversas foram protocolares e em tom respeitoso com o ex-presidente.
Integrantes da equipe de Lula avaliam que a decisão do ministro Edson Fachin, que rejeitou no sábado (7) reclamação apresentada ao Supremo Tribunal Federal, restringiu ainda mais os direitos da defesa e abriu brecha para novos questionamentos.
ORDEM DE PRISÃO – Fachin defendeu a ordem de prisão expedida por Sergio Moro argumentando que os embargos que ainda podem ser apresentados ao TRF-4 não têm efeito suspensivo. Para os petistas, a jurisprudência do STF só autoriza o encarceramento após o fim de todos os recursos na segunda instância.
Só para constar? A defesa do ex-presidente decide nesta segunda-feira se apresenta ao TRF-4 o último embargo que ainda cabe contra a condenação pelo tríplex. Ao abrir caminho para a prisão de Lula, a corte considerou o instrumento protelatório.