No primeiro discurso da caravana pelos Estados nordestinos, em Salvador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se comparou a Tiradentes, criticou as elites “de São Paulo” e disse não ser o problema do país.
“O problema [para os adversários] não é o Lula, são os milhares de brasileiros que tem consciência política. Se o problema fosse eu, eu me matava”, disse, afirmando na sequência que não quer ser “nenhum revolucionário, mas um despertador de consciências”.
Ao citar o mártir da Inconfidência Mineira, Lula disse que Tiradentes foi resgatado e transformado em herói durante a Proclamação da República pela elite que apoiou a sua morte no final do século 18. “Gente lá de São Paulo”, afirmou.
Falando para uma plateia de militantes petistas, Lula falou que está sofrendo uma “perseguição”.
“Eles pensam que me incomodam, e às vezes incomoda, mas não estou com medo do que está acontecendo comigo. Mas [estou com medo] dos milhões de crianças que estão ficando desnutridas no Brasil, do Brasil ter voltado ao mapa da fome”, disse o ex-presidente.
Homenagem barrada
Lula também lamentou a decisão da Justiça Federal de suspender a entrega de um título de doutor honoris causa da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano). E criticou o vereador de Salvador Alexandre Aleluia (DEM), que moveu a ação popular pedindo a suspensão da honraria.
“Ele tem o direito de não gostar de mim porque ele é do DEM e quem é do DEM não precisa gostar de mim porque eu não gosto deles. () Talvez esse vereador não pediu [a suspensão] pelo que eu fiz, ele está com medo é que eu receba o título pelo que vamos fazer daqui para frente”, afirmou.
O ex-presidente afirmou que a entrega do título é “uma formalidade”, mas que vai à cidade de Cruz das Almas, sede da universidade, “dar um beijo na testa do reitor e dos professores e um abraço nos alunos”.
(Fonte: Folhapress)