Desde ontem, Brasília está sediando a oitava edição do Fórum Mundial da Água, uma discussão não só oportuna, como fundamental, quando o mundo se encaminha para um cenário desolador de escassez de água. De fato, a se confirmarem as previsões do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, até meados deste século, mais da metade da população do mundo irá habitar regiões onde a água doce é escassa.
Embora seja um bem essencial à vida, a água não é preservada nem tratada na maior parte do planeta, incluindo aí o Piauí. O resultado da ação do homem, que insiste em poluir rios, lagos e mares, e de ostentar um consumo irracional está minando nossas reservas aquíferas. O aquecimento global provoca mudanças climáticas que estão tornando certas regiões mais secas que de costume.
Teresina tem o privilégio de ser banhada por dois rios, mas estes vêm sistematicamente sendo maltratados com o assoreamento e o despejo de esgotos sem tratamento em seus leitos. O resultado já pode ser visto por meio de bancos de areia que, dependendo da época do ano, chegam a se estender praticamente de uma margem a outra.
Também é comum observar-se o desperdício de água nas residências e estabelecimentos comerciais. A imagem de alguém segurando uma mangueira para molhar calçadas e quintais é frequente. Infelizmente, ainda não chegou-se à conscientização sobre a necessidade de poupar água e usá-la com moderação, antes que ela venha a se esgotar. Acostumada à fartura, a população ainda se ilude achando que é um bem infinito. Ledo engano!
(Cláudia Brandão)