Mais de 500 cordas de pesca abandonadas no mar são recolhidas no litoral do Piauí

Por Rebeca Lima

Fotos: Divulgação/Ascom

Cerca de 500 cordas de pesca abandonadas no mar foram recolhidas durante uma força-tarefa de combate à pesca fantasma realizada ao longo de cinco meses nas praias do litoral piauiense. A ação, liderada pelo Projeto Tartarugas do Delta, retirou mais de 100 quilos de resíduos de pesca das regiões da Pedra do Sal, Atalaia e Macapá.

De acordo com a engenheira de pesca Letícia Guimarães, o material recolhido representa uma ameaça direta a espécies marinhas, especialmente às tartarugas, além de provocar impactos negativos à biodiversidade e à economia das comunidades costeiras.

“Há cinco meses, o Projeto Tartarugas do Delta vem realizando a coleta de materiais de pesca perdidos, abandonados ou descartados no mar. Esse material foi recolhido na costa do Piauí, na praia da Pedra do Sal e de Atalaia até a praia de Macapá”, explicou.

Agora, os resíduos passarão por um processo de caracterização, que consiste em pesar, medir comprimento, espessura do nylon, tamanho da malha das redes, entre outros dados técnicos. O objetivo é identificar os tipos de pesca aos quais os materiais pertenciam, a fim de orientar ações de educação ambiental e conscientização junto aos pescadores da região.

“Esses materiais coletados estão sendo analisados no laboratório da UFDPar para caracterização que consiste em pesar, medir comprimento, verificar textura e outros aspectos para a partir dos dados coletados identificarmos que pesca causa mais prejuízo ao ambiente e podermos em seguida desenvolver ações educativas nas comunidades de pescadores da APA Delta do Parnaíba, acrescentou Leticia Guimarães.

A ação integra um dos eixos centrais do projeto, que é o fortalecimento da educação ambiental e da participação comunitária na conservação marinha.

“A pesca fantasma é uma das maiores ameaças invisíveis à vida oceânica. Retirar esse material do mar é apenas uma parte do processo. O mais importante é entender sua origem e trabalhar com quem está no território para prevenir que esse ciclo continue”, ressaltou Werlanne Magalhães, coordenadora do Projeto Tartarugas do Delta.

A operação contou com apoio técnico da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) e do grupo de pesquisa Biopesca. As equipes atuaram no monitoramento de praias, coleta e triagem dos materiais recolhidos, como redes, linhas e cordas de pesca.

Preservação marinha e sustentabilidade

O Projeto Tartarugas do Delta é desenvolvido em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU — com destaque para o ODS 14 (Vida na Água), ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e ODS 17 (Parcerias e Meios de Implementação).

A iniciativa reforça o papel estratégico do litoral do Piauí na conservação de espécies marinhas ameaçadas e na promoção do desenvolvimento sustentável no Delta do Parnaíba, envolvendo diretamente as comunidades pesqueiras locais em ações de preservação e educação ambiental.

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