Por:José Olímpio
Desorganização, desequilíbrio das contas públicas, dívidas impagáveis, prédios de delegacias e escolas em situação deplorável, hospitais funcionando precariamente, boa parte das estradas intrafegáveis, funcionários públicos desestimulados e frustrados, algumas categorias em greve.
O quadro acima descrito revela a triste situação do Piauí hoje, mas, curiosamente, o senhor Wellington Dias, responsável por esse descalabro todo, continua no topo das pesquisas de intenção de votos.
Não consigo compreender esse fenômeno. Por muito menos, políticos de grande prestígio e campeões de voto foram sepultados pelo eleitorado piauiense e nunca mais se reergueram.
Imagino, às vezes, que o segredo pode está nas pesquisas, mas todos os institutos apresentam os mesmos resultados. Estariam todos manipulando os números de suas consultas? Não creio. Tem estatísticos sérios atuando nesse meio, que não se prestariam a esse papel.
A manipulação, contudo, existe e acontece no momento em que analistas da mídia amestrada, cevada nos cofres públicos, fazem a leitura das pesquisas, omitindo dados importantes, para posterior divulgação para o grande público.
Todos sabemos que não é o Instituto que divulga os resultados, mas o cliente, que o faz de acordo com suas conveniências. Quando as consultas não favorecem quem as encomendou, via de regra são arquivadas.
Por essa singela razão, sou contra a divulgação de resultados de pesquisas pela mídia, pois são utilizadas como uma poderosa arma de convencimento do eleitorado, induzindo-o a optar por este ou aquele candidato.
Isso acontece especialmente com os eleitores indecisos e com “aqueles que só gostam de votar nos vencedores”. Não há como negar essa influência negativa no processo eleitoral.
Pesquisas deveriam servir apenas para o consumo interno dos partidos e candidatos que, baseados nelas, poderiam tomar decisões, mudar o rumo de suas campanhas, melhorar sua propaganda eleitoral e sua comunicação com o eleitor.
Utilizadas como são hoje, induzindo o eleitor a fazer escolhas erradas, não contribuem em nada para fortalecer a democracia. Muito pelo contrário. Contribuem para viciar o processo eleitoral e muitas vezes levar à vitória candidatos que, sem esse artifício, não teriam a menor chance de lograr êxito nas urnas.