Merlong Solano pediu desculpas ao povo do Piauí e, sobretudo, ao Partido dos Trabalhadores, e classificou seu voto como um “grave equívoco”.
“Venho, de forma pública, pedir desculpas ao povo do Piauí e, em especial, ao Partido dos Trabalhadores, partido que ajudei a construir, pelo grave equívoco que cometi ao votar favoravelmente ao texto-base da PEC das Prerrogativas”, declarou o político.
O parlamentar alegou que votou favorável à PEC a fim de ajudar a impedir o avanço da proposta de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro. “Infelizmente, esse esforço não surtiu efeito. O acordo político foi rompido e a votação da PEC ocorreu sob sérias irregularidades, incluindo a reintrodução do voto secreto no texto — dispositivo que já havíamos conseguido derrotar na noite da terça-feira, 16”, colocou o deputado.
Em entrevista ao GP1, nessa quinta-feira (18), Merlong já havia justificado o voto, ressaltando que seu posicionamento não era a favor da impunidade. “Meu voto nunca foi e nem será endosso à impunidade, mas uma ação tática dentro de um tabuleiro político mais amplo. Nos destaques, votei contra o voto secreto. Assim, cada parlamentar terá de se posicionar publicamente sobre a abertura de processo contra um colega processado pelo STF”, colocou.
Deputados do PT a favor da PEC
Doze deputados do PT votaram a favor da PEC no primeiro turno: Paulo Guedes (PT-MG), Odair Cunha (PT-MG), Merlong Solano (PT-PI), Leonardo Monteiro (PT-MG), Kiko Celeguim (PT-SP), Jilmar Tatto (PT-SP), Florentino Neto (PT-PI), Flávio Nogueira (PT-PI), Dr. Francisco (PT-PI), Dilvanda Faro (PT-PA), Alfredinho (PT-SP) e Airton Faleiro (PT-PA).
Leia na íntegra a nota de Merlong Solano:
Venho, de forma pública, pedir desculpas ao povo do Piauí e, em especial, ao Partido dos Trabalhadores, partido que ajudei a construir, pelo grave equívoco que cometi ao votar favoravelmente ao texto-base da PEC das Prerrogativas.
Não pensem que foi uma decisão fácil. Na política, por vezes somos levados a fazer escolhas difíceis, que exigem renúncias e sacrifícios. Meu voto foi motivado pela tentativa de preservar o diálogo entre o PT e a presidência da Câmara dos Deputados. Meu objetivo era ajudar a impedir o avanço da anistia e viabilizar a votação de pautas importantes para o povo brasileiro, como a isenção do Imposto de Renda, a MP do Gás do Povo, a taxação das casas de apostas e dos super-ricos, além do novo Plano Nacional de Educação, etc.
Infelizmente, esse esforço não surtiu efeito. O acordo político foi rompido e a votação da PEC ocorreu sob sérias irregularidades, incluindo a reintrodução do voto secreto no texto — dispositivo que já havíamos conseguido derrotar na noite da terça-feira, 16.
Diante dessa realidade, ainda na quarta-feira, dia 17, assinei, como coautor, um Mandado de Segurança junto ao Supremo Tribunal Federal, solicitando a anulação dos atos praticados pela Mesa Diretora da Câmara e da própria votação da PEC das Prerrogativas.
Sigo agora empenhado para que o STF ou o Senado Federal corrijam os erros cometidos, inclusive aquele do qual participei ao aprovar, ainda que por razões táticas, o texto-base da PEC.
Reafirmo meu compromisso com a democracia, a transparência e os interesses do povo do meu Piauí e de todo o Brasil.
Merlong Solano
Deputado Federal do Piauí
(Fonte:Thaís Guimarães/Gp1)