A pouco menos de duas semanas do fim do prazo para sanção presidencial, o governo enfrenta um impasse com o projeto de lei complementar que amplia o número de deputados federais de 513 para 531.
Embora a expectativa seja de que Lula vete a proposta, interlocutores do Palácio do Planalto alertam para o risco de agravar ainda mais a crise com o Congresso Nacional. No melhor dos mundos seria não fazer nada.

Nos bastidores, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT-PI), tem liderado uma articulação com governadores e líderes governistas para tentar convencer Lula a não vetar o texto.
Entre os aliados acionados pelo ministro estão os governadores Rafael Fonteles (Piauí) e Helder Barbalho (Pará), além dos líderes no Congresso Randolfe Rodrigues (PT-AP) e José Guimarães (PT-CE).
CONVERSA COM LULA
Segundo fontes palacianas, Dias já conversou diretamente com o presidente e expôs os riscos políticos e institucionais de um eventual veto.
Lula, no entanto, ainda não sinalizou qual será sua decisão.
Há um receio dentro do governo de que a sanção contrarie o discurso de contenção de gastos em meio ao ajuste fiscal, especialmente num momento em que o Planalto enfrenta resistência do Congresso para tributar os mais ricos.
ARGUMENTO DE DIAS
Apesar disso, Wellington Dias tem insistido que a proposta é crucial para garantir a representatividade de estados das regiões Norte e Nordeste, que poderiam ser prejudicados com a redistribuição de cadeiras.
No caso do Piauí, por exemplo, há o risco de perda de até dois deputados federais e seis estaduais. (Rany Veloso)