Nesta quinta-feira, 17, as letras piauienses perde um dos seus mais braçais trabalhador: Herculano Moraes da Silva Filho. Um amigo querido, que tanto me ouviu e me ajudou nas horas mais conflituosas de minha vida. Uns dirão, a vida segue. E seguirá sim, porém com esta asa de dor do pensamento.
Jornalista, poeta, crítico literário, romancista e historiógrafo Herculano Moraes dedicou-se, com afinco, no processo pioneiro de interiorização e democratização da cultura, sendo aclamado por uns e rejeitado por outros que ainda consideram o fazer cultural lazer da Casa Grande. Coração aberto, acolhia a todos, da mesma maneira, que tivessem talento ou não. Ele justificava: – “O tempo fará a peneira”. Com o seu falecimento muitos dos nossos escritores terão as suas carreiras paralisadas e os que viriam, não virão mais. Não pela pena dele.
Apesar de ter fundado e pertencer a inúmeras Academias de Letras, tendo presidido várias delas, o seu sonho maior era ser presidente da Academia Piauiense de Letras. Sonho barrado inúmeras vezes pelos senhores feudais da Casa de Lucídio Freitas. Não, jamais ele seria presidente da Academia Piauiense de letras. Estava decretado. O perdão foi feito para pedir mas não para ser dado. E não o deram a ele.
Herculano Moraes é do município de São Raimundo Nonato, sul do Piauí, onde nasceu a 2 de maio de 1945. Herculano Moraes da Silva e Olinda Moraes da Silva
Membro da Academia de Letras do Vale do Longá – ALVAL (sediada em Barras/PI), da Academia de Letras do Vale do Longá (ALVAL), da Academia de Letras da Região de Sete Cidades (ALRESC), com sede em Piracuruca/PI, da Academia de Ciências do Piauí, da Academia Pedrossegundense de Letras e Artes, da Academia de Letras do Médio Parnaíba (com sede em Amarante/PI) e da Academia Piauiense de Letras. Membro da União Brasileira de Escritores – UBE – PI, da Associação Nacional de Escritores (DF), da Associação Piauiense de Imprensa, do Clube do Repórter do Piauí e do Sindicato dos Jornalistas do Piauí. Foi um dos fundadores do CLIP, ao lado de João Henrique de Almeida Sousa, Cacilda da Mata, Hardi Filho, Nerina Castelo Branco, Osvaldo Lemos e Francisco Chagas.
Foi diretor do Theatro 4 de Setembro e da Casa Anísio Brito, em Teresina. Foi Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado da Educação. No Governo Lucídio Portella foi nomeado Secretário de Estado da Comunicação.
OBRAS PUBLICADAS: “Murmúrios ao Vento” (1965); “Vozes Sem Eco” (1967); “Meus Poemas Teus” (1969); “Território Bendito” (1973); “Cantigas do Amor Fundamental” ( 1974); “Seca, Enchente, Solidão” (1977); “Pregão” (1978); “Amor” (1987 e 1989); “Chão de Poetas” (1974); “A Nova Literatura Piauiense” (1976); “Visão Histórica da Literatura Piauiense”, 3 edições (1976, 1982 e 1991); “Fronteiras da Liberdade” (1981), romance; “Legendas” e outros. Foi incluído no livro “A Poesia Piauiense no Século XX” (1995), organizada por Assis Brasil e na coletânea “Piauí: Terra, História e Literatura” (1980), organizada por Francisco Miguel de Moura.
Vá em paz, meu bom amigo. Que Deus tenha em bom lugar. Com fé, esperança e amor.
Fonte:Facebook