Mão Santa e Bernardo Silva
POR:BERNARDO SILVA
Esse final de governo era pra ser diferente, Dr. Francisco. Muito diferente do que foi. Afinal, prefeito, a saúde não lhe permite mais ir para novo embate eleitoral, a não ser que seja aos empurrões, com alguém lhe segurando, para você repetir em palanques o mesmo discurso com o qual começou sua carreira política nos anos 70, ao lado de Elias Ximenes do Prado, e a encerra agora, mais de 40 anos depois. Mas, acho que seria até maldade dos seus familiares lhe imporem nova candidatura, para numa eventual nova vitória deixá-los reinar. Enfim, o velho Mão Santa de guerra está vestindo o pijama.
Eu disse que não era pra ser assim o final de seu governo porque vocês venceram as eleições este ano, fizeram o sucessor. E você está encerrando um ciclo, que foi de prefeitim, como você gostava de afirmar em Brasília, até senador da República. Aliás, nunca entendi esse termo meio jocoso – PREFEITIM. Fostes prefeito da segunda maior cidade do Estado, onde também o povo deu mandatos ao seu irmão mais velho, Antônio José, ao seu sobrinho Zé Filho e, agora, à sua filha, a famosa deputada Gracinha. Portanto, nunca aceitei esse termo dito por quem foi prefeito de uma cidade como Parnaíba.
Era pra encerrar seu terceiro mandato, nessa virada de chave, com o peito cheio de GRATIDÃO ao povo que tantas vezes o elegeu. GRA-TI-DÃO. E não a enrolação que foi este mandato, sob o comando de sua filha perdulária, que gastou os recursos da prefeitura com o que não deveria e terminou deixando sem dinheiro muitos servidores. Pais de família que se planejaram para um final de ano tendo o básico na mesa, com seus salários em dia. E nem queremos falar das vezes que você xingou servidores de preguiçosos e vagabundos, quando alguma categoria protestou contra sua maneira de administrar, esquecido de cumprir as leis, pagando a eles direitos adquiridos.
Este registro é do dia que aceitei o convite para ser Superintendente de Comunicação
Quando votei e ajudei na sua vitória em 2016, e fui convidado para compor sua equipe, pensei que poderia fazer alguma coisa, na minha área. Mas logo nos primeiros meses me vi amarrado porque não tinha direito a nada. E todas as nossas solicitações eram jogadas na lata do lixo. Sequer condições de comprar uma resma de papel, caneta, lápis ou qualquer outra coisa fundamental para nosso trabalho. Nada era possível. Sequer os contratos que fiz com emissoras de TVs, com sua aquiescência e do secretário Gil, vocês honraram. Tanto é que no início de 2018 eu pedi demissão. E voltei, um mês depois, atendendo insistentes pedidos de vocês. Fiquei até o final da gestão, e votei de novo no Mão Santa em 2022 mas, a poderosa Gracinha não me quis mais na gestão porque eu batia de frente com ela.
Mas, o importante mesmo é que, sem controle algum da gestão para a qual o povo o elegeu, porque o poder foi usurpado pela sua filha, a poderosa, você perdeu a oportunidade de encerrar sua carreira política de uma melhor forma. Fica a certeza de que o seu irmão, Antônio José, estava certo quando dizia que você não manda nos seus filhos. E por isso estão deixando a prefeitura QUEBRADA. Em mim, ficam as lembranças das nossas conversas, nossos programas juntos na Rádio Igaraçu (Política Maior), os livros que você em emprestava, a alguns chegou a me doar, enfim, que Deus o abençoe. Ah, depois de 3 mandatos de prefeito e 2 de governador, aquele slogan do seu primeiro mandato de prefeitim, que dizia: MÃO SANTA NÃO ROUBA E NEM DEIXA ROUBAR, acho que não tem mais nada a ver. Feliz ano novo. Aproveite seus dias. Faça um exame de consciência e tenha a certeza de que nunca foi o melhor prefeito de Parnaíba, tampouco o melhor do Brasil. E também esqueça os bajuladores que o rodearam quando no poder, como insetos em volta da lâmpada. Eles são só bajuladores. Tenho dito.