Na tarde desta sexta-feira (14/08), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, esteve em Teresina para o IV Congresso de Direito Tributário do Piauí. Em entrevista à imprensa, o ministro considerou a lei da Ficha Limpa um equivoco e disse que segue defendendo que o processo do ex-presidente Lula seja levado para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Segundo ele, o hiperativismo policialesco do Ministério Público (MP) e Judiciário prejudica o processo eleitoral.
Gilmar Mendes criticou a recente atuação dos principais órgãos investigação do Brasil no período eleitoral e explicou o que seria um ativismo prejudicial: “O hiperativismo, as ações policialescas do MP, e do Judiciário que as ordena, no momento eleitoral. O Congresso com certeza vai reagir a isso, a legislação eleitoral já veda a prisão de candidatos 15 dias antes do pleito. Talvez venha algum tipo de resolução no Congresso nesse sentido, são investigações que já remontam há 15 anos e se oferece uma denúncia agora quando alguém se torna candidato, isso precisa ser verificado”, afirmou.
O ministro considera que os principais órgãos do país precisam ser melhor coordenados por pessoas experientes. “Nesse caso, há abuso de poder. Esses órgãos, na verdade são muito importantes no combate ao abuso e à corrupção, mas eles precisam ser mais bem coordenados, para que não haja um assanhamento juvenil entre temas tão relevantes. Ao final, eles acabam saindo desses processos desmoralizados”, disse Gilmar Mendes.
A inelegibilidade do ex-presidente Lula, para Gilmar Mendes, foi um equívoco provocado pelo próprio Partido dos Trabalhadores ainda em 2010. “Não foi uma decisão da Justiça Eleitoral, a Justiça apenas chancelou aquilo que os legisladores já estabelece um em 2010 é até um equivoco. Quem aprovou essa lei foi uma grande maioria parlamentar incentivada pelo próprio PT que estabeleceu a lei da Ficha Limpa. Não é nada contra o ex-presidente Lula especificamente, esse assunto foi definido pela Justiça Eleitoral de maneira muito clara. Eu continuo entendendo que devemos levar isso pelo menos até o STJ”, argumentou.

O ministro do STF Gilmar Mendes esteve no Piauí para congresso de direito tributário (Foto: Shelda Magalhães/ OitoMeia)
(por: Shelda Magalhães)