O amor é lindo. Deputado comunista do Piauí usa verba da Assembléia Legislativa para custear implante de silicone de sua mulher.

Carlos Newton
A que ponto chegamos. Um relatório do Tribunal de Contas do Estado do Piauí aponta que o deputado estadual Robert Rios (PCdoB) usou R$ 9.455,70 da Assembleia Legislativa para pagar implantes de silicone para os seios para sua então mulher, em 2009.
O procedimento foi realizado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. No relatório, o tribunal diz não ver “justificativa legal” para a despesa, “mormente quando se trata de procedimento cirúrgico eletivo e de natureza estética, que não objetivou salvar a vida da esposa do referido parlamentar”.
Nem mesmo o advogado Willian Guimarães, que tentou defender o deputado comunista Rios, foi capaz de apresentar uma justificativa plausível. Disse apenas que os implantes na então mulher do deputado foram colocados devido a “problemas de saúde”, mas não soube dar detalhes do caso.
O relatório integra uma investigação da Polícia Federal sobre desvios de verbas no Legislativo piauiense. Após o tribunal apontar as irregularidades, no ano passado, Rios se apressou em devolver o dinheiro.
Essa operação da Polícia Federal investiga nove deputados estaduais do Piauí por envolvimento em esquema de desvios de recursos da Assembleia Legislativa do Estado. A denúncia é de que eles podem ter causado prejuízo de R$ 150 milhões entre 2008 e 2010. Detalhe: o orçamento anual da Assembleia é de apenas cerca de R$ 100 milhões.
A Polícia Federal investiga o esquema a partir de três fontes: desvios de verbas da folha de pagamento (com laranjas e funcionários fantasmas), verba de gabinete (com a utilização de notas frias) e fraudes em licitações.
O advogado Willian Guimarães (o mesmo que defende o deputado comunista no caso do implante de silicone), que representa seis dos acusados, negou que a investigação trate de desvios, mas não entrou em detalhes, alegando “segredo de Justiça”. Disse apenas o seguinte: “O que está em discussão é a forma como os recursos estão sendo aplicados”, disse o advogado. Ou seja, afirmou apenas o óbvio.
Pelo jeito, a Assembleia do Piauí precisa mesmo é de um implante de moral e ética. Quem sabe os deputados piauienses não se interessam pelo Código de Conduta criado recentemente pelo governador Sérgio Cabral para conseguir saber o que é certo ou errado?

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