O escárnio de Nikolas Ferreira: “tive um dia magnitsky” e “Moraes sem toga você é nada”

O escárnio de Nikolas Ferreira: “tive um dia magnitsky” e “Moraes sem toga você é nada”

 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o principal nome da manifestação bolsonarista realizada em Belo Horizonte neste domingo (3). Durante o ato, o parlamentar utilizou o microfone para disparar ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem se referiu com ironias e bravatas pouco compatíveis com a responsabilidade de um membro do Congresso Nacional.

“Alexandre de Moraes, você é um cara corajoso. Mas sem toga você é nada”, afirmou o deputado, num tom que flerta mais com o populismo digital do que com o debate republicano. Ele ainda declarou que “o STF não é o dono do Brasil”, reforçando o discurso recorrente do bolsonarismo contra as instituições democráticas que impõem limites aos abusos de poder.

Nikolas também fez referência às sanções impostas ao ministro Moraes pelos Estados Unidos, sob a chamada Lei Magnitsky, afirmando que teve um “dia magnitsky” na última quarta-feira (30). Em mais um momento de escárnio, defendeu a atuação do colega Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que trabalhou diretamente para que o nome do magistrado fosse incluído na lista de sancionados pelo governo de Donald Trump. Segundo Nikolas, Eduardo apenas “fritou um cabeça de ovo”, expressão grosseira e desrespeitosa, usada em referência ao ministro do STF.

Em seu discurso, Nikolas Ferreira reafirmou que a prioridade do bolsonarismo deve ser “Fora Lula”, colocando, em segundo plano, o impeachment de Alexandre de Moraes. Entre as críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o parlamentar mencionou a visita à Argentina em apoio à ex-presidente Cristina Kirchner — condenada por corrupção — e o uso de avião da FAB para trazer ao Brasil a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, como supostas “violações de soberania”.

A retórica do deputado mineiro evidencia o tom beligerante que se tornou marca registrada de sua atuação. Com pouca disposição para o diálogo institucional e sempre pronto a criar factoides que reverberam em redes sociais, Nikolas segue investindo na confrontação como estratégia política, ainda que isso signifique atacar ministros do Supremo e relativizar abertamente ações internacionais que visam desestabilizar o próprio país. (piauihoje)

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