Por:Zózimo Tavares
Não foi a oposição que reagiu, pois no Piauí não existe mais oposição. Ela está morta e sepultada! Foi preciso um deputado da base do governo elevar a voz para não passar em brancas nuvens no Estado a queda do presidente do Banco do Nordeste, Nelson Antônio de Souza. O protesto foi lavrado pelo deputado Fábio Novo, ex-presidente do PT. Ele escreveu no Facebook:
“Quando um cidadão piauiense faz a melhor gestão dos últimos 62 anos do Banco do Nordeste, apresenta o melhor balanço e lucro da instituição, o esperado, o natural é a sua promoção ou no mínimo a manutenção do “status quo.” Pois bem, hoje o cidadão Nelson Antonio Souza foi exonerado da Presidência do BNB. Para seu lugar, a presidente Dilma Rousseff nomeou um “acadêmico” do Ceará por indicação do senador Eunício Oliveira.”
E prossegue o deputado petista: “Dizem que o Piauí não tem representação política. De fato não temos o respeito da presidente. Temos apenas bons técnicos e votos. Sim, na última eleição a presidente que votei ficou devendo muito ao Piauí. Daqui saiu a maior votação proporcional do país e exatos 1 milhão de votos de maioria sobre seu concorrente. Para quem ganhou o segundo mandato com pouco mais de 3,5 milhões de votos de maioria, o Piauí teve peso significativo na sua eleição. E eu acreditei quando ela disse que nos amava, naquele comício de abertura do segundo turno da sua campanha no Atlantic City.”
O deputado faz uma análise da exoneração do presidente do BNB pelo viés emocional, quando a situação exigia dele e dos demais políticos piauienses uma postura pragmática. Não era de ontem que se falava na mudança do comando do Banco do Nordeste. Desde o início do ano que os cearenses estavam cavando o cargo.
Estrategicamente, o Banco do Nordeste é mais importante para o Piauí e para qualquer Estado da região do que vários ministérios. Sendo assim, o Piauí perde com a saída de Nelson Souza da direção do Banco. Por que, então, não lutou para que ele continuasse lá? As lideranças piauienses simplesmente ficaram na janela, de braços cruzados, vendo a banda passar. Agora é tarde para chorar sobre o leite derramado.