Por:Zózimo Tavares
Outro dia, o governador Wellington Dias apareceu na mídia local elogiando declarações da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula porque eles, enfim, reconheceram que o Brasil vive uma crise. Agora, a presidente aparece com outra declaração, a de que o governo não teve percepção da crise no momento certo.
Ao mesmo tempo, Dilma anuncia a extinção de dez ministérios e de pelo menos 1.000 cargos comissionados na administração federal, como a sinalizar uma cota de sacrifício do governo para enfrentar a crise. As medidas serão implantadas a partir do próximo mês, conforme a presidente.
Na contramão do que ocorre no país, no Piauí o secretariado é imexível. O governador garantiu ontem que no Estado não haverá a redução de secretarias. Em sua avaliação, a máquina estadual é enxuta, não havendo a menor necessidade de extinção de órgãos nem de corte de DAS, como foi proposto há poucos dias pela oposição.
“O Piauí é o quinto estado brasileiro com menor volume de recursos para a área de cargos de comissão. Se a gente retira os cargos que são nomeação exclusiva – diretores de escola e chefes de delegacia -, os cargos de nomeação são muito poucos em relação a qualquer lugar do Brasil, tanto em relação ao total da população quanto ao volume de recursos”, calcula o governador.
Talvez ele tenha razão. Mas não é exatamente desses cargos aí que fala a oposição, mas dos que são distribuídos fartamente entre os apadrinhados do governo por critérios meramente políticos. A maioria em nada contribui para o serviço público. Apenas sugam a folha de pagamento, onerando o Estado.
Então, não deixa de fazer sentido a proposta da oposição para fechar várias secretarias. Por exemplo: qual é mesmo a necessidade de uma Secretaria de Transportes? O que ela faz? Entre as suas atribuições, está a de cuidar dos terminais rodoviários. E por que não cuida de nenhum deles? Tanto não cuida que o Estado vai tentar repassá-los à iniciativa privada.
Mais: se o Estado tem o total e absoluto controle de seu pessoal, por que está fazendo um recadastramento geral de todo o funcionalismo?
