Obreirismo e corrupção

Por:Arimateia Azevedo

Você sabe a história da bomba com efeito retardado, para estourar? Basta ler que tudo que se investigou na chamada operação Itaorna, pelo Gaeco, está nesta coluna, em edições passadas. Desde o decreto 117.113, de 20 de abril de 2017, assinado pelo governador Wellington Dias, se destacava, seja no comentário ou em notas, a sofreguidão de secretárias e coordenadorias, além de autarquias como o Idepi, em fazer pavimentação (calçamento) no interior do Piauí. O decreto autorizava esses órgãos a “projetar, licitar, executar, fiscalizar e receber, direta e indiretamente de engenharia de interesse da administração” listando as pastas do Desenvolvimento Rural, Turismo, Cidades, Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Transportes e Cultura. Depois, em 30 de maio de 2017, outro decreto, de número de número 17.181 coloca na lista a Coordenadoria de Desenvolvimento Social e Lazer. É possível que outros decretos tenham aberto o flanco para que mais coordenadorias fizessem calçamento, porque a partir de outubro de 2017 passaram a realizar obras de pavimentação as Coordenadorias de Combate à Pobreza Rural e do Programa de Modernização e Qualificação de Empreendimentos Públicos. Esse obreirismo desenfreado terminou por fazer com que se caísse em práticas nada republicanas de licitações com cartas marcadas ou, ainda pior que isso, em contratar por licitação fraudulenta uma empresa fantasma, a tal construtora Crescer, e um morto, para se fazer obras igualmente fantasmagóricas, como supõem os órgãos de fiscalização e controle

Feudos

Era um feudo político de porteira fechada cada uma dessas coordenadorias e secretarias de Estados dedicadas a fazer calçamento e tudo mais.
O objetivo não era outro se não tirar proveito eleitoral: obra virou moeda de troca para apoio político nas bases.

Conluio

Essas obras rendem o voto e ainda passam a certeza de que existe o conluio do chefe do órgão do governo, do dono da construtora que ‘ganhou’ a licitação e ainda sobram umas pontinhas para o deputado e para o cabo eleitoral. 
Nunca na história do Piauí se fez tanto.

Mão dupla

O toma lá, dá cá funcionava a partir de centenas de autorizações que o governador Wellington Dias distribuía entre sorrisos e tapinhas nas costas. De posse a “ordem de serviço”, o prefeito ou presidente da Câmara ia ao órgão “autorizado” a fazer a obra, mas lá encontrava uma condição: a obra sairia, desde que se apoiasse o dono do pedaço.

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