Não há dúvida de que o Brasil ainda enfrenta dificuldades para equilibrar suas contas e que a crise econômica atingiu também estados e municípios, fazendo-se sentir em todos os setores da administração pública. Isto é verdade. Mas, é verdade também que muitos governantes gastam perdulariamente os recursos públicos e colocam a culpa na crise econômica, quando na verdade são eles os principais responsáveis pela situação de penúria de estados e municípios.
O governador do Piauí, Wellington Dias, participa de debate sobre energia eólica no país, durante a 6ª edição do Brazil Windpower (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Por:José Olímpio
Não se governa sem planejamento, sem definição de prioridades e sem austeridade na aplicação dos recursos, especialmente em tempos de crise. Se o governo não pode dar pão e circo, que se abstenha de torrar o dinheiro público patrocinando festivais, festas carnavalescas, contratações de bandas de fora a preços superfaturados e em obras e serviços de interesse duvidoso.
No caso do Piauí, o governador Wellington Dias (PT) é um exemplo de gestor que gasta muito e gasta mal em tempos de crise. E quer que o povo creia que o descontrole das contas públicas decorre dos gastos com servidores efetivos, o que não é verdade. Se não contrata os candidatos aprovados em concursos passados, como no caso do concurso da Polícia Civil, e não atende as reivindicações salariais dos servidores públicos, como explicar o aumento significativo da folha de pessoal?
Só há uma explicação plausível. As repartições públicas estão cheias de comissionados e prestadores de serviço apadrinhados por políticos do PT e aliados, cuja única contribuição, na maioria dos casos, é o inchaço da folha de pagamento.
Tem gente que não sabe nem onde fica a repartição onde é lotado. É por essas e outras mazelas que o governo não tem recursos para atender as justas reivindicações dos servidores públicos. A farta distribuição de contracheques graciosos a chefes e chefetes políticos do interior. O empreguismo desenfreado.
Somados a isso, as mordomias, locações de carros de luxo, viagens desnecessárias, até internacionais, às expensas do Erário, a farra com as tais emendas parlamentes, os gastos fabulosos com propaganda e aliciamento de lideranças políticas, são o ralo por onde escoa o dinheiro público.
Há que se lembrar também os casos de corrupção, como o da contratação de transporte escolar, este já em apuração pela Policia Federal, e o desvio de recursos oriundos de empréstimos destinados a obras de infraestrutura, saneamento básico e recuperação da malha rodoviária do Estado, cuja prestação de contas não foi feita.
Os reflexos da gestão temerária dos recursos públicos não poderiam ser outro senão o desequilíbrio fiscal, o endividamento e a quebradeira do Estado, que não conta com recursos para investimentos nem para manter os serviços públicos funcionando a contento. Mas, quando a minúscula oposição denuncia na Alepi os desmandos de sua administração, Wellington Dias comparece à mídia oficiosa para dizer que as finanças públicas estão sob controle, que as contas estão em dia e que a economia estadual cresce em ritmo chinês.
A verdade, porém, é outra. O Piauí está mais quebrado que arroz de terceira em razão dos desmandos da gestão petista. Em razão disso, Sua Excelência tem se contentado em inaugurar calçamento em cidades do interior e operação tapa-buraco nas rodovias estaduais. Essas são as grandes obras do governo petista.