Por: Zózimo Tavares
A oposição e o Governo do Estado estão fazendo contas diferentes sobre a situação financeira do Piauí.
No meio da semana passada, o presidente regional do PSDB, ex-deputado Luciano Nunes, candidato derrotado ao governo nas eleições de 2018, informou que o Estado deve R$ 1 bilhão e 300 milhões a empreiteiros, fornecedores e prestadores de serviço.
Conforme o tucano, essas dívidas estão inscritas em “Restos a pagar”, ou seja, correspondem às despesas que foram efetuadas e não pagas dentro do exercício financeiro de 2018.
Ele destacou que os dados sobre a dívida eram oficiais, pois estão no Balanço Geral do Estado, divulgado há poucos dias pelo governo.
O ex-parlamentar sustenta que se trata da maior “pedalada fiscal” do Estado e enfatiza que as dívidas não pagas quebraram empresas e muitos trabalhadores perderam o emprego no Piauí.
Frente de obras
O Governo do Estado mostra, porém, uma situação bem diferente dessa política de terra arrasada apontada pela oposição.
O governador Wellington Dias anunciou, depois de uma reunião técnica com auxiliares, a execução de um conjunto de obras previstas no contrato do empréstimo Finisa II, contraído junto à Caixa Econômica Federal.
“Estas obras já estão em andamento. No momento, são R$ 22 milhões que se somarão aos R$ 315 milhões do Finisa I. Já estamos com a programação ajustada para investir, por todo o Estado, em obras de estradas, pontes, o Centro de Convenções, a Adutora do Litoral, dentre outras”, adiantou o governador.
Duplicação
Wellington disse que esse novo programa de obras começa pela retomada dos serviços de duplicação das BR-343 e 316, nos acessos a Teresina, agora depois da Semana Santa.
No início deste mês, o superintendente regional do Dnit, Ribamar Bastos, informou que as obras de alargamento dos acessos a Teresina estavam paralisadas e sem contrato.
As duas empreiteiras que trabalhavam nos trechos romperam os contratos com o Governo do Estado e abandonaram os serviços por falta de pagamento.
A Construtora Copa, que trabalhava na BR-343, saiu no final do ano passado. A Construtora Sucesso deixou a BR-316 no começo de abril.
Dinheiro em caixa
Segundo Wellington Dias, o governo possui cerca de R$100 milhões em caixa para tocar e concluir esses serviços.
As empresas colocadas na licitação depois das que abandonaram as obras estão sendo chamadas para retomar os serviços.
“Este valor é o suficiente para as duas obras. Com isso, iremos viabilizar geração de emprego e de atividade econômica, dando solução com o alargamento na saída de Teresina, o que permitirá o maior conforto dos motoristas, além de ter uma rodovia bem melhor que se soma ao rodoanel”, afirmou.
O anúncio oficial da retomada da duplicação das BRs, além das outras obras enumeradas pelo governador, é uma indicação de que a situação financeira do Piauí já deve ser outra diferente da apresentada no Balanço Geral do Estado.