Os venezuelanos estão dividindo até caneco d’água

por Pádua Marques*

Não dou mais muito pra dentro de pouco tempo, coisa de dias ou meses, aparecerem aqui na Parnaíba umas levas de venezuelanos. Duvida? Do jeito que a coisa está pros lados de Roraima eu não duvido de nada. Basta que uns deles cheguem a Belém, no Pará e tomem um ônibus da Guanabara que mais cedo do que o Tribuzana e outros imaginem, eles desembarcam ali na rodoviária da Pinheiro Machado.

A coisa está mais que feia pros lados de Boa Vista. Boa Vista que poucos, pouquíssimos brasileiros sabiam existir no mapa. Tem até gente que ainda dá Roraima por território, assim como o Amapá, Acre e Rondônia. Mas é um estado e um estado agora cheio de problemas com toda aquela gente faminta, doente, caçando o que fazer pra ter alguma moeda no bolso e em alguns casos mandar pra mulher e pros filhos na Venezuela.

Não queira ninguém saber o que é ser refugiado. A gente imagina só de longe quando vê pela televisão aqueles barcos atravessando o Mar Mediterrâneo lá entre a Europa e a África, cheios de muçulmanos do Afeganistão, Iraque, Síria, Líbano, Etiópia e outros países metidos em confusão e guerras sem pé nem cabeça. Até parece que esse pessoal não tem nada pra fazer, assim como, um quintal pra varrer, um carro pra lavar, um menino pra levar pra escola, um cisco pra queimar.

A coisa está fedendo a chifre queimado lá pras bandas de cima, na chamada cabeça de cachorro. Os refugiados venezuelanos estão disputando um caneco d’água. O governo de lá tem visto é urso engravatado e já não sabe e nem tem de onde tirar pra dar de comer e de dormir pra toda aquela gente. Dentro de mais algum tempo podem ocorrer cenas de violência. Prostituição já tem porque coisa de pouca vergonha cresce que nem mata-pasto.

Eu agora voltando pra expectativa de uns ou muitos deles chegarem a Parnaíba dentro de mais algum tempo, cá comigo, mando uma lembrança e um alerta pra dona Adalgisa, mulher de Mão Santa, secretária de Desenvolvimento Social e de Cidadania. 

Digo isso porque Parnaíba, entre as cidades piauienses, tirando a capital Teresina, é aquela mais visada. Coisa de hospital e clínica, nem se fala. Tudo que é gente doente da vizinhança, Cocal, Bom Princípio, Ilha, Tutoia, Água Doce, Buriti dos Lopes, descarrega na porta do Dirceu. Toda confusão que vem das bandas do Pará e do Maranhão acaba sendo resolvida por aqui. Porque o Pará e o Maranhão, de lá pra cá são retos, feito mão na cara.

Pode até ser que eu me engane, mas por via das dúvidas é bom ficar de olhos bem abutecados. Vai que um dia desses a vizinha fofoqueira vai metendo a cara na porta e dá de frente com uns deles, falando aquela língua embolada né? Não que a gente vá a uma altura dessas bater a porta na cara destes venezuelanos. Caso eles apareçam, vamos mostrar nosso espírito de solidariedade. Custa nada!

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