Por: Carlos Henriques de Araújo
Eduardo Galeano tinha razão quando disse, em seu livro “As veias abertas da América Latina”, que nossas riquezas foram roubadas pelos primeiros colonizadores.
(Oh pátria amada e idolatrada…) E roubada. Passado mais de quinhentos anos do descobrimento do Brasil parece que nada mudou. Ainda hoje continuamos sendo roubados, não mais o pau brasil, mas o ouro, as pedras preciosas, os minérios, nossa fauna, flora e biodiversidade. E como conseqüência, a devastação das matas, a poluição de rios e lagoas, o extermínio de índios.
(Deitado eternamente em berço esplêndido…) O Brasil continua deitado em seu berço, não tão esplêndido como gostaríamos, mas vulnerável ao mau humor do capital externo, enfrentando a globalização e a fúria do socialismo esquerdista mundial, das ONGs, da ONU e das ações de políticos corruptos e de empresários inescrupulosos.
(Gigante pela própria natureza…) Gigante é a nossa dívida externa e interna e os juros pagos aos credores. Gigante é a carga de impostos, gigante são as filas dos desempregados, dos jovens sem escola e das crianças sem creche. Gigante é a violência, a corrupção e a fome de alimento, de trabalho e de justiça.
(Se o penhor dessa igualdade….) De qual igualdade? Se a distancia entre ricos e pobres fica cada dia maior. A justiça está sempre do lado do mais forte (rico, branco e homem). E os negros, os deficientes, os meninos de rua, os mendigos e os idosos, quando terão sua dignidade respeitada?
(Em teu seio, ó liberdade…) Como ter liberdade se não temos segurança, se somos encurralados em nossas próprias casas por muros altos, cerca elétrica e grades ferro, enquanto os bandidos estão soltos pelas ruas desafiando as próprias autoridades, fechando o comércio, incendiando ônibus e matado juiz e policiais?
(Brasil, de amor eterno, sejam símbolo…) Que este símbolo não seja a corrupção, a violência, a injustiça, a desigualdade social, a ideologia de gênero e a destruição dos valores da família e do patriotismo, mas a dignidade do cidadão, o respeito pelo ser humano, com igualdade, com justiça e oportunidade de trabalho para todos.
(Verás que o filho teu não foge à luta…) Isso só acontecerá quando não houver “FEBEM’s” cheias de menores incendiando colchões e cadeias superlotados de presos em condições desumanas, transformadas em verdadeiras universidades do crime, e jovens sendo aliciados pelo tráfego de drogas e bandido comandando o crime organizado de dentro das cadeias.
Enquanto nossas autoridades civis e militares e administradores públicos não se convencerem de que, somente com investimento em educação, segurança pública e saúde, com criação de emprego, construção de escola e a ocupação social das áreas mais pobres e favelas, é que teremos uma “Pátria amada” como na letra do nosso hino nacional