
Por:Zózimo Tavares
Os políticos falam, por uma só voz, que a crise econômica e financeira do Brasil impõe o corte de gastos públicos. E, do presidente da República a prefeitos, passando por governadores e ministros, a ordem é meter a tesoura nas despesas públicas.
Geralmente, a corda arrebenta do lado mais fraco, ou seja, os gastos são cortados para quem mais precisa do poder público.Assim, são afetadas as áreas da educação, da saúde, da segurança e a social.
Ao tempo em que isso acontece, os políticos cuidam de reforçar seus caixas para as campanhas eleitorais. Além do Fundo Partidário, para azeitar as máquinas dos partidos, foi criado também o Fundo Eleitoral, ambos com receitas bilionárias.
Essa dinheirama é tirada de onde? Do orçamento público, portanto, do cofre oficial. Sai de onde não deveria sair. Em resumo, impor sacrifício aos outros tem sido a especialidade dos políticos. Mas de cortar a própria carne eles não querem nem ouvir falar.
Congresso menor
O senador Álvaro Dias, do Podemos, apresentou, por exemplo, uma PEC que reduz a quantidade de senadores de 81 para 57, e o total de deputados federais de 513 para 342.
É uma medida que, conforme o parlamentar, dará ao Brasil um Congresso mais enxuto e mais econômico. A medida teria efeito cascata, pois implicaria a redução de cadeiras nas Assembleias Legislativas de todos os Estados.
Mas essa PEC não sai do lugar. E já que é praticamente impossível cortar o número de parlamentares, não seria descabido propor que pelo menos se cortassem as benesses deles pela metade.
Claro que isso não acabaria a grave crise econômica brasileira, mas o país faria uma grande economia, e o Congresso daria um sinal de solidariedade aos brasileiros, especialmente àqueles que formam o contingente de milhões de desempregados.