Levantamento realizado pela revista Veja, edição desta semana, coloca o Piauí como o pior estado do país para atrair recursos de fora. O levantamento aponta os melhores e os piores estados para investimentos de recursos estrangeiros – o melhor do ranking é São Paulo. Numa pontuação de 0 a 100 pontos, São Paulo obteve 72,5 pontos e o Piauí 19,3 pontos, ficando atrás de Amapá (20,5) e Acre, com 24,7 (veja gráfico abaixo).
A diagnóstico da revista sobre o Piauí é sintomático. “Trata-se de um estado com instituições sucateadas e um poder público deficiente. A infraestru-tura é tão precária que a produção precisa ser escoada por meio dos estados vizinhos. Para se ter uma ideia, a construção do Porto de Luís Correia, obra que amenizaria o problema, arrasta-se há mais de 30 anos”, analisa o diretor presidente do Centro de Liderança Pública, Luis Felipe D’Ávila, para a Veja.
A Veja é a principal revista de circulação semanal do país, com tiragem de mais de 1.200 exemplares por cada edição. Os critérios adotados pela publicação foram: ambiente político, ambiente econômico, políticas para investimentos estrangeiros, infraestrutura, recursos humanos (8,3%), sustenta-bilidade, regime tributário e regulatório e inovação (5%). Nos quesitos de infraestrutura, recursos humanos, regime tributário e regulatório e inovação, o Piauí é classificado como ruim. E nos demais itens – ambiente político (38,9%), ambiente econômico (37,5%) e sustentabilidade (35,4%) -, é considerado moderado.
Para atribuir as notas, a equipe de pesquisa reuniu dados relatórios jurídicos, publicações acadêmicas e governamentais, sites de autoridades e de organizações que acompanham o governo e escola de administração. Além disso, entrevistou especialistas e consultou os principais meios de comunicação. As avaliações em cada quesito foram ponderadas em uma fórmula matemática e transformadas numa pontuação de zero a 100.
Para ilustrar a situação do Piauí, a Veja publicou uma fotografia do posto de fiscalização da cidade de Uruçuí, que funciona numa barraca coberta de palha e de chão de terra batida, motivo que, segundo a revista, afugenta os investidores. O levantamento revelou quais os estados brasileiros preparados para receber os investimentos estrangeiros, graças à estabilidade econômica interna e as proximidades da copa do mundo e dos jogos olímpicos.Diáriodopovo